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Polí­tica

Foto: Divulgação

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A deputada federal professora Dorinha Seabra Rezende (Democratas/TO) defendeu que questões relativas a gênero sejam discutidas na escola como forma de ajudar a combater a violência contra a mulher e a discriminação. A defesa foi durante a audiência pública da Comissão de Educação sobre a inclusão da discussão de gênero entre as diretrizes da Conferência Nacional de Educação de 2014.

Ela salientou que o Plano Nacional de Educação (PNE – Lei 13.005/14) não proíbe a discussão sobre gênero e os dados divulgados nesta semana sobre homicídios de mulheres só comprova que esse debate deve ser tratado dentro da sala de aula. “A cada 1 hora e 50 minutos, uma mulher é morta no Brasil. Nós não podemos falar disso na escola porque isso é ideologia de gênero?”, questionou. “Se um país está matando suas mulheres, se ele nega o respeito a essas mulheres, esse tema tem que ser tratado sim nas escolas. O Ministério da Educação não deve ceder a pressões contrárias a isso”, completou. Para ela, o respeito à diversidade e às minorias também devem ser tratados na escola.

Dorinha ressaltou a importância do papel do professor na formação da cidadania. “Será que um professor não pode ensinar valores dentro da escola, de mostrar para o seu aluno que a corrupção não acontece só em Brasília, mas quando um pai manda o próprio filho mentir a idade para não pagar um ingresso ou qualquer outra coisa? O que tem no espaço da sala de aula é um espaço de construção e acompanhamento. A escola tem o papel de formação na pessoa do professor. Se o aluno quebra uma carteira, o professor tem o dever de ensinar sobre patrimônio público”, explicou.

Ela pontuou ainda a necessidade da valorização do professor. “Não sou favorável a nenhum tipo de condução ideológica, mas esclarecer, formar e cidadania acontecem na escola querendo as pessoas ou não. O professor não tá na escola brincando de ensinar português e matemática. Ele está tentando formar pessoas, caráter, ética, valores. Por isso é importante a valorização do professor, não é qualquer pessoa que pode estar em sala de aula. Tem que ter salário digno, respeito e boa formação porque as pessoas gostando ou não, os professores passam os seus valores. Por isso temos que melhorar a formação deles”, disse.

A democrata falou que os órgãos gestores da educação têm a obrigação de tratar sobre diversidade nas escolas. “É papel do Ministério da Educação, secretarias estaduais e municipais de educação trabalhar o respeito às diferenças, à diversidade, as minorias e formas de tratamento. Inclusive as crenças passam pela nossa formação de caráter. Todas as vezes que tivermos que tratar de algum tema em relação a qualquer tipo de discriminação, ele tem que ser enfrentado pelo papel da escola. É tarefa nossa dentro do Congresso, do MEC das secretarias de educação e também é papel do professor”.

Mapa da violência

Divulgado nesta segunda-feira, 09, pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso), o Mapa da Violência 2015 revelou que, no total, em 2013, 4.762 mulheres foram assassinadas no país, posicionando-o no quinto lugar no mundo - só está melhor que El Salvador, Colômbia, Guatemala e Federação Russa. Foram 13 homicídios femininos por dia. Esse mapa mostrou ainda que Palmas está na sexta posição do ranking das capitais que mais mata mulheres, e o Tocantins o 13º estado.