O brasileiro consome em média por ano 7,3 litros de agrotóxicos. A estimativa foi calculada a partir de dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2014 e serve de alerta para que a população se atente à origem e à forma de cultivo dos alimentos in natura que consome. Em razão a dimensão ainda não mensurada do impacto na saúde do homem e na qualidade do meio ambiente impactado por tais substâncias celebra-se na próxima quinta-feira, 3 de dezembro, o Dia Mundial do Não Uso de Agrotóxicos.
Atenta a este assunto, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) fará a exposição a partir desta terça-feira, 1º de novembro, de um galão com agrotóxicos diluídos para demonstrar à população a proporção de agrotóxicos presentes nos alimentos naturais que são consumidos em todo o País. O galão será exposto na portaria do Anexo I da pasta, localizado na Quadra 104 Norte Avenida LO-02 Lote 30, Edifício Lauro Knop.
“A proposta é sensibilizar profissionais de saúde e população sobre o risco do consumo de alimentos expostos a agrotóxicos e orientá-los a recorrer a outras alternativas de alimentação com o consumo de alimentos sem resíduos de agrotóxicos, como alimentos orgânicos”, ressalta Edna Moreira Soares, bióloga e gerente estadual de Vigilância em Saúde Ambiental.
Reunião
No mesmo dia, a partir das 8 horas, técnicos de 12 municípios que possuem indicadores da prevalência de atividades agrícolas com emprego de agrotóxicos participam da Reunião para Monitoramento e Avaliação das Ações de Implantação e Implementação da Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos, no auditório do Ministério da Saúde, em Palmas.
Os municípios participantes são Palmas, Araguaína, Campos Lindos, Goiatins, Silvanópolis, Porto Nacional, Formoso do Araguaia, Lagoa da Confusão, Miracema do Tocantins, Miranorte, Pedro Afonso e Dianópolis.
Segundo a engenheira ambiental responsável pela área, Silene Miranda Lima, estes municípios foram priorizados com base em indicadores que demonstraram a necessidade de intensificação das ações de vigilância ambiental, como registros de casos deintoxicações por agrotóxicos, indicadores da presença de agrotóxicos na água para consumo humano, número de áreas agrícolas cadastradas no Sistema de Informação de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Solo Contaminado (Sissolo) e número de famílias rurais registrado na base de dados do IBGE.
Intoxicações
Através do trabalho de vigilância à saúde ambiental e saúde do trabalhador, a Sesau tem realizado visitas in loco em áreas rurais onde tem registrado no Tocantins casos de trabalhadores intoxicados devido ao grau de exposição a produtos químicos durante o exercício de suas funções. Segundo dados da Diretoria de Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador, entre 2007 e 2015 foram notificados 822 trabalhadores intoxicados na atividade laboral.
Muitos desses casos são relacionados à manipulação ou mistura de produtos e reutilização de embalagens de agrotóxicos vazias, prática que não é recomendada, alerta a gerente estadual de Saúde do Trabalhador, Salete Klein.
Amostras
No entanto, quando o assunto é consumo de alimentos trazidos do campo, o alerta também é apropriado, especialmente, quando são analisados dados Vigilância Sanitária Estadual com base em amostras de abacaxi, abobrinha, alface, arroz, cenoura, feijão, fubá, laranja, maçã, pepino, tomate e uva comercializados por aqui. Segundo os dados, 35% de amostras dessas culturas apresentavam resíduos de agrotóxicos em desacordo com a legislação vigente. Os dados foram obtidos através de análises do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos (PARA) do Estado em 2012.
Ainda de acordo com as amostras, a uva (75%), o abacaxi (67%), a alface (50%) e o pepino (50%) foram os alimentos com maiores percentuais de amostras com resíduos químicos em proporção considerada insatisfatória.
Precauções
Apesar das recomendações para adoção de medidas de higiene e desinfecção de alimentos antes do consumo, ainda não há comprovação científica de medidas que comprovadamente garantam a completa retirada de resíduos de alimentos expostos de agrotóxicos. “O que podemos recomendar à população é dar preferência ao consumo de alimentos de procedência identificada e a preferência pelo consumo de alimentos da época ou produzidos com técnicas de manejo integrado de pragas, que em geral sofrem menor exposição a agrotóxicos.
Confira a programação:
08:00 – Recepção dos participantes
08:30 – Avaliação das ações de implantação da Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos
9:00 – Avaliação das ações de implantação da Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos desenvolvidas pelos municípios prioritários: Palmas, Araguaína, Miracema do Tocantins, Lagoa da Confusão, Miranorte, Formoso do Araguaia, Porto Nacional, Goiatins, Silvanópolis, Campos Lindos.
12:00 - Almoço
14:00 – Avaliação da execução do Planos Municipais
14:30 - Dinâmica em grupo – Análise de elementos que influenciam a situação da VSPEA
17:00 – Discussão e encaminhamentos