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Cultura

Foto: Rubens Cerqueira

Foto: Rubens Cerqueira

Em comemoração aos vinte anos de estrada, a Companhia de Teatro “Nu Escuro” volta ao Tocantins pela quinta vez neste mês para apresentar o espetáculo “O Cabra que Matou as Cabras”. A atração, com patrocínio do Prêmio Funarte Artes Cênicas na Rua, traz uma trama repleta de surpresas, traições e conflitos do cotidiano. O Grupo já esteve quatro vezes no Tocantins, a última foi no ano passado, através do projeto Palco Giratório. Dessa vez os artistas realizam três apresentações gratuitas nas cidades de Palmas, Porto Nacional e Gurupi.

Cinco atores em cena ajudam a contar a história de um advogado vigarista, que sobrevive dando pequenos golpes em seus clientes, e que se vê envolvido em um caso de assassinatos de cabras e bodes. Uma história cheia de traições, trapaças e reviravoltas, onde uma esposa maliciosa engana seu marido advogado,  que engana um comerciante ganancioso, que engana seu empregado, que engana um juiz que quer enganar todo mundo.

Uma comédia visceral que lida com as relações de poder e hierarquia implícitas no cotidiano das pessoas e trás o riso como força reveladora e de libertação. “Um riso festivo que não forja dogmas nem é autoritário, que exorciza os nossos medos e a nossas angustias”, comentou o diretor da trama, Hélio Froes.

O texto do espetáculo é uma livre adaptação da peça medieval francesa “A Farsa do Advogado Pathelin”, de autor desconhecido, que mescla a narrativa com textos de cordéis nordestinos, esquetes de picadeiro, fábulas medievais, ditos populares e vários elementos da cultura popular brasileira. Produzindo, assim, um texto original, inquieto e ágil, contendo bastante versatilidade e surpresas.

A encenação também busca essa pluralidade, trabalhando com diversas linguagens, como o teatro de bonecos, circo e músicas cantadas e tocadas ao vivo. Elementos que ajudam a construir um universo de encantamento regido somente pelas leis do teatro e do carnaval.

Os atores na construção dos personagens partiram de imagens de corpos em transformação, de uma metamorfose ainda incompleta, trabalhando com membros corporais atrofiados ou exagerados, produzindo imagens de corpos grotescos. Essa visão de corpo, além de toda estética da montagem, tenta negar a visão dos cânones modernos de um modo preestabelecido, ideal e acabado da vida cotidiana, do mundo. “O que o espetáculo anseia é um caráter regenerador, transcendente, renovador. Um fôlego de vida marcado pela ambivalência entre o antigo e o novo, o que morre e o que nasce, o principio e o fim dos rituais”, ressaltou Hélio.

Nu Escuro

O grupo planejou a temporada no Tocantins desde o ano de 2014 e estão empolgados com a possibilidade de voltar ao Estado com esse trabalho e desta forma apresentar o espetáculo nas ruas de três importantes cidades do Estado. “A circulação do espetáculo ‘O Cabra que Matou as Cabras’ pelo Tocantins foi planejada quando esse trabalho completou 10 anos. Para nós é uma espécie de comemoração, pois a cidades onde iremos apresentar são as mesmas primeiras cidades que esse espetáculo já passou, quando ele inicialmente começou a circular e saiu de Goiás”, explicou o diretor.  

Programação 

Gurupi

22/01 - 19h 30min

Estacionamento do IFT.

Porto Nacional

23/01 - 19h 30min

Comsaude - Rua Coronel Pinheiro - Centro.

Taquaruçu - Palmas

24/01 - 19h 30min

Teatro de Arena - Praça Joaquim Maracaípe