O clínico geral, Hugo Magalhães, 34, que disputou a eleição do Sindicato dos Médicos no Estado do Tocantins (Simed), afirmou na manhã desta sexta-feira, 1º de julho, que após o pleito é hora de a classe se unir ainda mais na luta pelo cumprimento dos direitos e condições de trabalho dos médicos no Estado.
Para ele, a classe médica deve sair fortalecida dessa eleição. “Passada a eleição nós, enquanto chapa de oposição, reconhecemos e respeitamos a vontade da maioria. Agora, ainda mais, continuaremos como sempre estivemos: lutando pelos nossos direitos e condições de trabalho da categoria. Temos em mente e, como sempre, estamos abertos e à disposição para ajudar, colaborar com aquilo que sempre defendemos nesse processo: direitos e condições de trabalho e de vida da categoria”, disse. A chapa 1, de Janice, recebeu 316 votos; já a “Responsabilidade Classista”, de Hugo, teve 176.
Magalhães disse que a chapa vencedora, encabeçada pela atual presidente Janice Painkow, pode contar com o grupo de oposição no que achar necessário para o fortalecimento da classe. “Nosso grupo foi formado por colegas que, independente de funções ou cargos, sempre brigou por nossos direitos. Nossas ideias e projetos estão disponíveis para a gestão atual”, comentou.
Entre as propostas da chapa 2 estavam a implantação do plantão jurídico 24 horas, atuação mais efetiva na defesa dos direitos e condições de trabalho da categoria, interiorização das ações do sindicato, mais transparência da gestão na utilização dos recursos e discussões das quais participa o Simed, entre outras. “É um conjunto de propostas que têm como objetivo transformar a gestão do Simed mais arrojada, transparente, independente e comprometida com a classe, principalmente no interior, dando respaldo jurídico e fazendo com que o colega que está no interior tenha voz e vez, participe das ações da categoria”, comentou.
Processo traumático
Hugo Magalhães falou também sobre o processo eleitoral. Para ele, a disputa judicial foi válida para a categoria. “Em que pese o processo eleitoral ter sido um pouco traumático, a categoria sai ganhando. Sai ganhando porque a gestão atual, que está há oito anos à frente do Simed, teve como adversário um grupo que desde o início pensou única e exclusivamente transformar a gestão da representatividade da nossa categoria. Os embates mostraram que os médicos precisam se unir para lutar por seus direitos. Somos uma classe forte que, unida em prol de questões pontuais, poderá mudar a situação atual”, disse.
Entre as principais mudanças que a categoria precisa, avalia Hugo, estão: representatividade maior para a categoria, melhoria das condições de trabalho, cumprimento e pagamento de direitos, apoio e respaldo jurídico, além de melhorar a imagem da categoria. “A imagem da classe médica perante à população está desgastada. Motivo: o caos na gestão e política pública de saúde. Aliás, não há política pública de saúde. E qual é o papel do sindicato? Defesa firme do profissional. Porque tudo que acontece no hospital é culpa do médico. A população não quer saber, e tem sua razão em parte, se falta material, remédio ou produtos básicos, paga por isso e quer o atendimento adequado. Como fazer isso se falta quase tudo nos hospitais? E qual o respaldo que o médico tem?”, comentou.
Magalhães finalizou agradecendo aos votos que recebeu e aos membros da chapa. “Preciso agradecer aos colegas de chapa, os apoiadores e aos colegas que confiaram na gente. Isso é democracia. Agora, voltaremos a nos encontrar nos corredores de hospitais, nas clínicas e demais estabelecimentos. Esperamos que cada vez mais esse processo nos torne mais unidos em benefício de nós mesmos”, finalizou.