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Estado

Foto: Divulgação

Membros do Ministério Público Estadual (MPE) e da Defensoria Pública Estadual (DPE) realizaram nessa quarta-feira, 10, uma nova vistoria no Hospital Geral de Palmas (HGP), maior hospital público do Tocantins. As duas instituições de controle visitaram diversas alas da unidade, colheram depoimentos de pacientes e de familiares, além de checar as condições de atendimento no local.

A vistoria foi acompanhada de profissionais da gestão e constatou falta de médicos em número suficiente para dar segurança aos pacientes, além da ausência de alguns medicamentos, de materiais, de insumos e até de lençóis e cobertores para os pacientes do Pronto-Socorro.

Já na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), foi relatado pelos profissionais de plantão que há inexistência de equipamentos de segurança. Eles também apresentaram a relação de pacientes sem receber a medicação prescrita, que está em falta. Regiane Alves do Nascimento, que acompanha a mãe Maria José da Cunha, internada há cerca de uma semana, conta que não recebe informações sobre o quadro de saúde da mãe. “Era para ela ter feito um exame no domingo, mas não sei porque não foi realizado. Hoje ela está com pneumonia e respira com ajuda de aparelhos”, lamenta Regiane.

Segundo os órgãos, também foi exposta a falta de equipamento para realização de ressonância magnética. Uma paciente que sofreu trombose neurológica pós-parto, ainda aguarda na sala amarela para realizar o exame, fundamental para seu tratamento neurológico.“A falta de gestão de recursos humanos e de uma logística correspondente para atender as demandas hospitalares continuam sendo as principais causas da precariedade na atenção aos pacientes internados, agravado ao fato do HGP atender uma significativa parcela de pacientes que deveriam ser atendidos na Atenção Básica dos Municípios e na Atenção Especializada. Para tanto, é necessário que os Secretários de Saúde cumpram suas obrigações de organizar a Rede de Atenção à Saúde no Tocantins. Caso contrário, o cenário continuará o mesmo”, comentou a promotora de Justiça, Maria Roseli. 

A partir da vistoria, o MPE e a DPE pedirão agilidade da Justiça Federal quanto às providências, uma vez que as falhas na gestão dos 19 hospitais públicos do Tocantins são objeto de Ação Civil Pública ajuizada em dezembro de 2015. 

Sesau 

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) posicionou-se sobre a vistoria, agradecendo a colaboração dos órgãos e esclarecendo que o equipamento de ressonância magnética está em manutenção corretiva periódica necessária a segurança dos resultados e deve retornar ao funcionamento normal ainda nesta quinta-feira, 11.

A Secretaria esclareceu ainda que não tem medido esforços para manter abastecidos de materiais e insumos todos os hospitais do Estado, inclusive cobrando para que empresas façam as entrega, e que  mais oito profissionais médicos estão sendo contratados para atuarem na sala de emergência do HGP, o que vai contribuir para melhorar ainda mais o atendimento.

De acordo com a Sesau, ainda que não houve falta de lençóis para pacientes.  (Matéria atualizada às 10h20min)