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Polí­tica

Em documentos encaminhados à Unesco e à Associação Internacional dos Jornalistas Esportivos no dia 4 de agosto, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), a Federação dos Jornalistas da América Latina e do Caribe (FEPALC)e a FENAJ denunciaram a ingerência do governo interino de Michel Temer na Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) e seu objetivo de desmantelá-la após os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. As entidades convocaram a imprensa internacional a, além da cobertura das Olimpíadas, também informar sobre os “jogos políticos” que ocorrem no Brasil.

No documento encaminhado à diretoria geral da Unesco, Irina Bokova, as entidades registraram a crescente crise que o jornalismo e a liberdade de imprensa enfrentam no Brasil neste período do governo interino de Temer, que se expressa, segundo as entidades, nos ataques à EBC. Destacaram a demissão ilegal do presidente da EBC, Ricardo Melo – suspensa por medida liminar do STF – e de dezenas de profissionais considerados críticos ao governo interino.

Também foram citadas alterações na programação das emissoras da EBC e a intenção do governo interino de desmantelar o Conselho de Administração da EBC, que garante a independência da empresa pública em relação a interesses privados e políticos.

As entidades registraram que relatores da ONU e da OEA sobre liberdade de expressão já descreveram essas interferências do governo interino como “passos negativos” e solicitaram que a Unesco recorde às autoridades brasileiras “o papel central que uma imprensa livre desempenha na vida democrática”.

Em nota aos jornalistas que estão na cobertura da Olimpíada do Rio de Janeiro, as entidades registraram a deliberação do Congresso da FIJ realizado recentemente em Angers, acatando o apelo da Fenaj e “defendendo a independência política dos meios de comunicação, a democracia e a liberdade de imprensa”. As entidades alertaram para “um outro jogo que está sendo jogado nos bastidores” e convidaram os jornalistas a cobrir também esse outro “jogo”.

Juntamente com o documento, foi encaminhado à Unesco o “Dossiê EBC”, que relata fatos ocorridos – demissões, cortes de programas, interferências editoriais – de 16 de maio a 31 de julho envolvendo a EBC e o governo interino de Michel Temer. Um dos relatos contidos no dossiê diz: “Dia 23 de maio – São cancelados os contratos dos apresentadores/comentaristas como Tereza Cruvinel e Paulo Moreira Leite, considerados contrários ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O dossiê ainda mostra links onde a Agência Brasil publica matéria sobre encontro de agricultura familiares com poucas informações sobre o discurso da presidente afastada, enquanto outros veículos da mídia privada mostram o posicionamento da presidente até de forma mais contundente.

Agência Brasil: http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-05/com-presenca-de-dilma-congresso-de-agricultores-familiares-critica-governo

Estadão: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2016/05/23/dilma-diz-que-gravacao-de-juca-deixa-evidente-carater-golpista-do-impeachment.htm

Folha: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/05/1774373-dilma-diz-que-juca-escancarou-estrategia-para-deter-lava-jato.shtml

G1: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/05/audio-de-juca-deixa-evidente-carater-golpista-do-impeachment-diz-dilma.html”.