Várias modalidades fizeram parte da Terceira Edição do Campeonato dos Jogos Indígenas Krahô, no município de Itacajá, que foi apoiada pela Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes (Seduc). As modalidades disputadas foram natação, arco e flecha, corrida de tora masculina/ feminina e futebol masculino/ feminino. Durante a competição foi feita, também, a escolha da miss Krahô.
Os Jogos Krahô representam mais que uma simples competição. A diferença está no fato de que todos os representantes dos jogos são vencedores e ganham medalhas. Isso os diferencia de outras disputas esportivas que premiam os vencedores em primeiro, segundo e terceiro colocados. Mesmo no concurso para a escolha da miss, todas as garotas que desfilaram foram condecoradas.
A gerente de Desenvolvimento da Educação Indígena, professora Cleide Araújo Barbosa, acompanhou os jogos em Itacajá. Para ela “a importância dos Jogos Krahô não é apenas a competição em si, mas a socialização que acontece entre as famílias durante o evento. Eles retornam para suas aldeias mais confiantes e mais acreditados em suas manifestações culturais”.
Para o cacique Dodany Peken, os jogos fortalecem as músicas, a pintura e renova a cultura. “Os jogos dos povos Krahô existem há muito tempo. Entretanto, não eram conhecidos da forma que é feita atualmente. Há muito tempo, os velhos já faziam várias modalidades esportivas, mas não eram conhecidas com o nome de jogos”, destacou.
Dodany Peken é o Pahhy (cacique na linguagem Krahô) há mais de dez anos. Ele é o pai do coordenador dos Jogos. Para o cacique, dependendo da festa é necessário ter o fogo e, na cultura indígena, a onça era a detentora do fogo. “Nós buscamos o fogo e o trouxemos para a aldeia. Quando todo mundo viu o fogo, cantou, ficou animado porque todo mundo ia comer a coisa cozida, assada, fizeram a festa. Por isso, quando tem fogo, tem que ter alegria, para não deixar morrer”, concluiu.
Para a coordenadora Cleide Araújo, a Seduc está cumprindo o seu papel ao apoiar o evento, no que se refere aos direitos dos indígenas quanto ao desporto e à preservação da cultura. “A Seduc proporcionou o apoio logístico de transporte e a alimentação dos Khahô, o que facilitou a realização, com sucesso, do evento esportivo”, explicou.
Para o ano de 2017, a coordenadora espera que os Jogos Indígenas Krahô sejam institucionalizados e envolvam as sete etnias tocantinenses, tornando o evento oficial, assim como os Jogos Estudantis do Tocantins (Jets), que já fazem parte do calendário esportivo/esportivo do Estado.
A secretária do Conselho Indigenista, Lúcia Rosângela Flor, técnica da Gerência de Desenvolvimento da Educação Indígena da Seduc, reforçou a relevância dos jogos. “Os jogos são muito importantes porque ajudam a evitar o uso de bebida alcoólica e outras drogas que também entram na vida dos indígenas”, frisou.