No dia 5 de setembro comemora-se o Dia Mundial da Mulher Indígena. A data busca celebrar e reconhecer as lutas, conquistas, habilidades e contribuições culturais dessas mulheres. No Tocantins existem atualmente cerca de 6.874 mulheres indígenas, divididas em nove etnias.
Educadas desde muito cedo para o casamento e para as funções domésticas, nas aldeias elas cuidam das casas, preparam comida, ajudam na lavoura e têm a obrigação de ensinar a língua nativa aos filhos. No entanto, a passos lentos essa realidade tem mudado e as indígenas têm conquistado maior espaço, ampliando as competências e chefiando outras funções, antes exercidas apenas pelos homens.
Dentro deste contexto, o Governo do Tocantins tem desenvolvido ações para implementação de políticas públicas para os povos indígenas, com ações conjuntas de diversas entidades governamentais. A gestão estadual promove ações visando ao empoderamento físico e social das mulheres dentro das aldeias e das comunidades indígenas.
A gerente de Desenvolvimento da Educação Indígena, Cleide Araújo Barbosa, ressaltou que a Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes (Seduc) oferece políticas específicas para estas mulheres, tendo em vista o aumento demográfico dos povos indígenas. “Com diversas ações buscamos proporcionar geração de renda, empregabilidade e oportunidades às mulheres indígenas para continuidade de sua formação profissional. Trabalhamos ainda a proteção da saúde física e mental”.
A Karajá, Maria do Socorro Catiaru Achure Karajá, é um exemplo de superação. Ela saiu da aldeia para estudar, fez ensino médio e cursou licenciatura em História, pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). “Após os estudos, retornei para minha aldeia com o propósito de contribuir, aplicando os conhecimentos aprendidos. Hoje leciono na escola indígena Karajá em Xambioá e trabalho com meus alunos a importância da igualdade de gênero.”
Já a gerente de Proteção dos Povos Indígenas do Tocantins, da Secretaria de Cidadania e Justiça, Eliete da Silva Xerente, explicou que há um trabalho de conscientização com essas mulheres no intuito de que elas ocupem cada vez mais espaço na sociedade. “As mulheres têm essa facilidade de se articular, mas ainda precisamos trabalhar para diminuir os índices de violência e opressão. Avanços já foram alcançados e as indígenas têm aderido à luta para ter voz. Apesar de todas as dificuldades enfrentadas por nascer em uma sociedade onde existe a cultura de submissão”, explicou.