No mês de julho deste ano foram notificados 237 casos de dengue em todo o Estado do Tocantins. O número é bem distante dos 4.721 casos de dengue notificados no Estado somente no mês de janeiro de 2016 e traduz o resultado do esforço do engajamento da população, bem como da Secretaria de Estado da Saúde e parceiros do Governo do Estado, municípios e setor privado na articulação de ações intersetoriais para prevenção e combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. O número de casos notificados de dengue em julho de 2016 é 72% menor que o número de casos notificados da doença no mesmo mês de 2015 (844 casos).
Este decréscimo significativo demonstra como as estratégias adotadas para prevenção e combate ao mosquito conseguiram impedir o cenário epidemiológico inicialmente crescente neste ano. “Havíamos experimentado este ano uma explosão do número de casos muito maior que em anos anteriores. Em sete meses quase superamos o número de casos de todo o ano passado. Então, mobilizamos os municípios e o Estado em suas diferentes secretarias e isso resultou nessa redução de casos. Já no final de 2015 verificamos que nós teríamos um aumento de casos em 2016, como de fato aconteceu inicialmente, mas nos antecipamos e nos preparamos para atuar na prevenção”, ressalta o biólogo e responsável técnico pela Gerência Estadual de Vigilância Epidemiológica das Arboviroses, Evesson Farias.
No entanto, como o período chuvoso se aproxima, as mobilizações em prol da prevenção das doenças transmitidas pelo Aedes continuam. “Aconteceu uma diminuição, mas mantemos o mesmo nível de alerta, porque embora as chuvas não estejam presentes e locais como terrenos baldios não sejam nosso principal interesse devido à diminuição dos focos, pedimos à população que mantenha o alerta dentro de casa por conta do risco de surgimento de focos em reservatórios de água para animais, vasos de plantas, caixas d’água descobertas”, recomenda.
Período chuvoso
Para os próximos meses, as mobilizações intersetoriais também continuam. “Nós esperamos que no início do mês de outubro as chuvas retornem. Não sabemos com qual intensidade, mas já temos um calendário de ações para todo o semestre”, adianta o biólogo. O cronograma de atividades foi elaborado em parceria com a Sala Nacional de Combate à Microcefalia, vinculada ao Ministério da Saúde e Casa Civil, e prevê a realização de atividades colaborativas com órgãos parceiros do Comitê Estadual de Mobilização contra o Aedes aegypti, reativado em dezembro de 2015 pela Saúde.
“Temos algumas estratégias que vamos conseguir implementar, por exemplo, a Semana do Entulho Zero, que vai acontecer neste segundo semestre, quando vamos empreender uma força massiva em todos os 139 municípios para retirar o entulho de terrenos baldios”, adiantou o técnico.
Outra ação programada é o leilão de carros apreendidos e que estão em pátios da Polícia Militar (PM), da Secretaria de Segurança Pública (SSP), do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A previsão é que o leilão aconteça no próximo mês de novembro.
Em todas as atividades programadas o objetivo é viabilizar soluções e disseminar a mensagem de responsabilidade compartilhada. “O governo tem 50% da responsabilidade, mas os outros 50% são da população. É preciso cuidar sempre, com ou sem chuva. Devemos manter os cuidados porque o mosquito continua circulando e os vírus também”, finaliza Evesson Farias.