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Polí­tica

Foto: Divulgação Para Kátia Abreu foi muita coragem e desfaçatez dos envolvidos Para Kátia Abreu foi muita coragem e desfaçatez dos envolvidos

A ex-ministra da Agricultura, senadora Kátia Abreu (PMDB) parabenizou a atuação da Polícia Federal que deflagrou a Operação Ápia, pelo trabalho e agilidade. A Operação investiga o possível desvio de R$ 200 milhões dos cofres públicos do Estado do Tocantins, o que, de acordo com Kátia, configura "muita coragem e desfaçatez". 

No último dia 13, data da deflagração da Operação Ápia, a mega-sena estava acumulada em R$ 22 milhões e a senadora Kátia Abreu relacionou ao desvio de verbas no Tocantins. "Hoje a mega-sena está acumulada em 22 milhões. A quadrilha presa hoje desviou o correspondente a 10 mega sena em 1 ano. É o fim do mundo". Para a senadora, foi muita coragem e desfaçatez dos envolvidos. "Desviaram 200 milhões em 1 ano! Muita coragem e desfaçatez". 

Kátia Abreu afirmou ter concorrido ao cargo de senadora em 2014 contra uma quadrilha. "Foi contra esta quadrilha que concorri em 2014. Apesar dos milhões que eles desviaram para campanha, ainda saímos vitoriosos", disse a senadora concluindo: "Só consegui vencer porque tenho um trabalho sólido na base. Não faço poeira com meu mandato. Parabéns a PF pelo trabalho e pela agilidade".

Kátia Abreu concorreu ao cargo de senadora em 2014 e venceu por pequena margem, o ex-deputado federal Eduardo Gomes (SD) que concorreu ao cargo naquela oportunidade. A diferença entre ambos foi de menos de 1% dos votos, pouco mais de 5 mil votos de diferença.

Operação Ápia

A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal e Controladoria Geral da União, deflagrou no dia 13 a Operação Ápia com o objetivo de desarticular organização criminosa que atuou no Estado do Tocantins fraudando licitações públicas e execução de contratos administrativos celebrados para a terraplanagem e pavimentação asfáltica em diversas rodovias estaduais. Os ex-governadores Sandoval Cardoso (SD) e Siqueira Campos (sem partido) estão sendo investigados.  

Participam da operação cerca de 350 policiais federais. Ao todo estão sendo cumpridos 113 mandados judiciais expedidos pela Justiça Federal sendo, 19 mandados de prisão temporária (quase todos foram presos e alguns já foram libertos), 48 de condução coercitiva e 46 de busca e apreensão nas cidades de Araguaína, Gurupi, Goiatins, Formoso do Araguaia, Riachinho e Palmas, no Tocantins. Em Goiás, nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis. No Maranhão, em São Luís, Governador Nunes Freire e Caxias. Também estão sendo cumpridos mandados em Belo Horizonte/MG, São Paulo/SP, Brasília/DF e Cocalinho/MT.

A investigação apontou um esquema de direcionamento de concorrências envolvendo órgãos públicos de infraestrutura e agentes públicos do Estado, nos anos de 2013/2014. Essas obras foram custeadas por recursos públicos adquiridos pelo Estado, por meio de empréstimos bancários internacionais e com recursos do BNDES, tendo o Banco do Brasil como agente intermediário dos financiamentos no valor total de cerca de R$ 1,2 bilhão de reais. Os recursos adquiridos tiveram a União como garantidora da dívida.

O foco da investigação são as obras nas rodovias licitadas e fiscalizadas pela secretaria de infraestrutura, que correspondem a 70% do valor total dos empréstimos contraídos.

Estima-se que o prejuízo aos cofres públicos gire em torno de 25% dos valores das obras contratadas, o que representa aproximadamente R$ 200 milhões de reais.

Os investigados responderão pelos crimes de formação de cartel, desvio de finalidade dos empréstimos bancários adquiridos, além de peculato, fraudes à licitação, fraude na execução de contrato administrativo e associação criminosa. Somadas as penas podem ultrapassar 30 anos.

O nome da operação se refere à Via Ápia, uma das principais estradas da antiga Roma.