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Estado

Foto: Whebert Araujo

Equipes do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil Estadual, da Policia Militar, Polícia Civil, e Polícia Militar Ambiental, trabalharam nesta terça-feira, 1º de novembro, no atendimento das vítimas do desabamento de parte da gruta conhecida como Casa de Pedra, em Santa Maria do Tocantins. O acidente atingiu romeiros que finalizavam uma celebração religiosa em homenagem a todos os santos da Igreja Católica.

A tragédia causou a morte de 10 pessoas e aconteceu em uma área rural no município, distante 278 quilômetros de Palmas. As vítimas são dos municípios de Pedro Afonso, Itacajá e Santa Maria, região centro-norte do Tocantins. O governador Marcelo Miranda decretou luto oficial de três dias em homenagem às vítimas.

De acordo com moradores da região, apesar da pouca divulgação, a celebração na gruta Casa de Pedra acontece há décadas e atrai cerca de 600 pessoas todos os anos.

O acidente teria acontecido por volta das 10 horas da manhã, após a celebração da missa, quando algumas pessoas ainda estavam na parte interna da gruta, fazendo orações e pagando promessas. A área é considerada sagrada pelos moradores locais, pois ali teria sido encontrada uma estátua religiosa no século passado, fato que atraiu sucessivas peregrinações de fiéis nos anos seguintes.

A gruta Casa de Pedra, que é formada por arenito e sedimentos de rocha, teria sofrido um microssismo após movimentação sonora provocada por foguetes festivos, lançados nos minutos finais da festividade. Segundo o espeleólogo e professor doutor da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Fernando Morais, o barulho produzido pelos foguetes, provavelmente, teria rompido o estado de equilíbrio das rochas no local. “Por ser uma superfície de arenito, ela está propícia ao desequilíbrio e isso acontece à medida em que se intensificam as visitas a locais como aquele. A orientação é que as pessoas não visitem cavernas e grutas sem o devido acompanhamento técnico”, afirmou.

Resgate

Participaram da ação, moradores da região, romeiros que estiveram no local horas antes da tragédia, além de militares do Corpo de Bombeiros de Colinas e das polícias Militar, Militar Ambiental e Civil de Pedro Afonso. Segundo um morador de Santa Maria, o eletricista Holcinei da Silva Araújo, apesar de não estar no local na hora do acidente, ele chegou minutos depois e ajudou a resgatar os mortos, além de auxiliar no transporte dos cinco feridos. Holcinei informou que a maioria dos corpos estavam com múltiplas fraturas em várias partes do corpo e apenas uma delas apresentava sinais de asfixia. “As pessoas disseram que o teto da gruta caiu depois que soltaram um foguete. Quando cheguei, os mortos estavam com mais de um metro de areia em cima deles”, afirmou, acrescentando que o organizador do evento também teria morrido no desabamento.

Segundo a prefeita municipal de Santa Maria, Helen Ruth Freitas Souza, tão logo ficou sabendo da tragédia, determinou a mobilização e o custeio dos funerais das vítimas que residiam na cidade. “É um momento muito triste para Santa Maria. Estamos todos de luto”, ressaltou.

Orientações

De acordo com o major bombeiro Cássio de Souza Pedro, da Defesa Civil Estadual, que realizou uma vistoria no local após o acidente, a gruta oferecia perigos aos frequentadores por ser composta de arenito, material frágil que se decompõe facilmente. “A gruta está localizada em uma propriedade particular. A Defesa Civil orienta a população a evitar aglomerações em ambientes que não ofereçam segurança e que não estejam regulamentados para a visitação”, advertiu.