A equipe da Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) vem constantemente recebendo animais silvestres resgatados em Palmas e em outros municípios. Nessa quarta-feira, 16, o Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), trouxe ao órgão ambiental um papagaio-do-mangue, também conhecido como curica. Nesta quinta-feira, 17, esta ave juntamente com cinco periquitos-de-encontro-amarelo (Brotogeris chiriri) e mais dois jabutis, serão encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres, em Araguaína.
Nos últimos dias, oriundos do município de Miracema, chegaram ao órgão ambiental, um periquito maracanã, com um olho ferido e uma maracanã-pequena com asas aparadas, que provavelmente vivia em cativeiro e com sinais de que é domesticada.
Do município de Brejinho de Nazaré, o morador José Augusto Alves de Andrade acionou o Naturatins para buscar um filhote de arara canindé que havia caído do ninho em uma fazenda da região. “Meu tio trouxe a arara para a cidade com o propósito de ligarmos para o Naturatins, para que a ave fosse devolvida à natureza. Há cerca de três anos, o Naturatins buscou outra arara”, contou. O morador ressaltou ainda, que em outra oportunidade tentou devolver um pássaro preto que estava com a asa quebrada, mais infelizmente ele havia sumido na noite anterior. Os referidos animais foram encaminhados ao Cetas na última sexta-feira, 11.
Uma moradora da Quadra 1.006 Sul, em Palmas, entregou na última segunda-feira, 14, ao BPMA, um periquito-de-encontro-amarelo (Brotogeris chiriri), ferido. O mesmo não resistiu e veio à óbito.
De acordo com o biólogo do Naturatins, Tiago Scapini, é muito frequente a chegada ao órgão de aves e répteis. “Todos os animais serão encaminhados ao Cetas, onde receberão o tratamento necessário e passarão por reabilitação. Os que tiverem condições de retornar a natureza serão devolvidos assim que tiverem condições de sobreviver livremente”, considerou.
Conforme a veterinária do Naturatins, Grasiela Pacheco, existem dois tipos de soltura: a soltura imediata, quando o animal é solto de preferência no mesmo local onde foi resgatado, e não é necessário adaptá-lo ao local da soltura. “Geralmente são animais de vida livre, que já sabem como se comportar em liberdade”, explicou.
Pré-soltura
Outra situação é a soltura branda ocasião que o animal é deixado em um recinto de pré-soltura, ou seja, lugar onde será realizada a soltura. Neste caso, a ideia é que a adaptação ocorra naquele local, onde será uma referência para o animal. “Continuamos a colocar alimento e deixamos o recinto aberto por algum tempo, para atraí-lo de volta ao lugar. Existem trabalhos científicos que comprovam a importância do recinto de pré- soltura, destacando que normalmente muitos retornam ao mesmo local”, evidenciou.
A pré-soltura é muito usada para aves psitacideos como papagaios e araras. Há registros de que elas não vão embora de uma só vez. Vão saindo aos poucos, retornando até que não voltam mais. A veterinária ressaltou que esse trabalho é primordial, já que o stress da soltura é tão grande como o do cativeiro. “Assim, sempre que é possível fazemos essa adaptação para amenizar esse momento”, concluiu.
O Naturatins orienta a população, a não capturar ou socorrer animais silvestres. É importante antes, solicitar ou orientação, por meio da Linha Verde 0800 63 11 55, a ligação é gratuita. Também se pode solicitar orientação a uma unidade da Guarda Metropolitana, ao BPMA ou as equipes dos Escritórios Regionais do Naturatins.