O presidente do PSDB/TO, senador Ataídes Oliveira, cobrou explicações rigorosas de todos os envolvidos na Operação Carne Fraca para que se possa reduzir os danos sociais e econômicos causados pelo esquema criminoso de venda de carne imprópria para consumo. “Governo, Polícia Federal e setor produtivo têm que garantir todas as informações necessárias aos consumidores no Brasil e no exterior. O impacto desse escândalo é avassalador”, comentou o senador, que apresentou requerimento de audiência pública sobre a Operação Carne Fraca na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor, Fiscalização e Controle (CMA).
“Além de ameaçar a credibilidade internacional que a duras penas o atual governo conseguiu resgatar, o escândalo da carne fragiliza um setor que movimenta R$ 180 bilhões por ano e gera mais de 7 milhões de empregos”, destacou Ataídes Oliveira. Um dos maiores receios do senador é que a suspensão de contratos de importação e a queda nas vendas domésticas gere demissões em massa na cadeia produtiva da carne, agravando “o desemprego já alarmante legado pelo PT”, disse.
Indicações políticas
A Operação Carne Fraca reforça, na opinião de Ataídes, a necessidade de “passar o Brasil a limpo e cortar de vez esse tumor da corrupção, do enriquecimento a qualquer custo, do capitalismo selvagem”. O escândalo também deixa claro, para o senador tocantinense, a necessidade de acabar com o apadrinhamento político, “uma prática rotineira nefasta no nosso presidencialismo de coalização, que só alimenta a corrupção”.
Foi para “cortar o mal pela raiz” que o presidente do PSDB/TO elaborou uma proposta de emenda constitucional proibindo terminantemente indicações político-partidárias para cargos de confiança no governo: “De modo geral, todos os agentes públicos envolvidos nesses escândalos são apadrinhados políticos. Temos que acabar com isso. Cargos de natureza técnica têm que ser preenchidos por técnicos com competência comprovada. Vamos fazer valer a meritocracia”. O senador já está recolhendo assinaturas para a apresentação da proposta.
Requerimento
No requerimento de audiência pública apresentado à CMA, Ataídes pede que sejam ouvidos o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, o diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Jarbas Barbosa, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o Secretário Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, Armando Luiz Rovai, a presidente do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), Marilena Lazzarini, e o delegado da PF Maurício Moscardi Grillo. Também são convidados para a audiência os presidentes da JBS, Wesley Batista, e da BRF, Pedro de Andrade Faria.