Nesta quinta-feira, 23, o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) apresenta um balanço da gestão dos recursos florestais em 2016. No ano passado, o Naturatins registrou 651 autorizações para procedimento de desmatamentos legais. Em média, essa soma equivale a um pouco mais de 54 solicitações mensais. Já as autorizações para o uso do fogo controlado, registraram um total de 202 autorizações.
Na última terça-feira celebrado o Dia Internacional das Florestas, data instituída pela Organização das Nações Unidas – ONU, com objetivo de conscientizar a população sobre a importância dos ecossistemas florestais e da sua preservação.
O presidente do Naturatins, Herbert Brito (Buti), falou do desafio da gestão para preservação desse recurso natural. “O Naturatins se esforça para cumprir sua tarefa institucional e fomenta o amplo debate para atualizar a legislação e a prática de utilização das florestas como recurso econômico vital para um novo paradigma de desenvolvimento. É possível harmonizar o desenvolvimento do setor primário com a preservação e uso equilibrado das nossas florestas”, ponderou.
O vice-presidente do Instituto, Edson Cabral, então complementou. “Há um enorme desafio cultural e econômico a ser superado para o legítimo conceito e a prática do desenvolvimento sustentável em nosso planeta, em especial, nos países em desenvolvimento, com vasta cobertura florestal, como o Brasil. Esse desafio é valorar a floresta em pé”, comentou o vice-presidente aconselhando.
“Se não alterarmos os hábitos de consumo e a miopia econômica de enxergar as florestas, com valor econômico, apenas quando cortada, estaremos cometendo uma grave injustiça com as gerações futuras, em especial com valores e saberes culturais dos povos que habitam nossas florestas. As inovações tecnológicas e o conceito secular dos povos tradicionais das florestas precisam se tornar práticas de manejos e uso sustentável desse imenso ativo ambiental brasileiro e tocantinense”, finalizou Cabral.
O gerente de Recursos Florestais, Renato Pires, esclarece que houve uma redução significativa na demanda, mas que o aproveitamento de áreas já desmatadas pode contribuir ainda mais com diminuição de solicitação para desmatamentos. “A gente avalia aqui que ainda é uma quantidade considerável de autorizações para desmatamento. Hoje nosso Estado já tem grandes áreas abertas, que poderiam estar sendo mais bem aproveitadas. Antigamente, até cerca de três anos atrás, eram milhares de processos por ano. E no ano passado esse número caiu significativamente, algo entorno de 50% a demanda de processos para desmatamento. Então precisamos de políticas de incentivo ao uso e melhor aproveitamento das áreas já abertas, para evitarmos a abertura de novas áreas. Hoje estamos atendendo bem as demandas, com um prazo médio de no máximo 60 dias”, avaliou os resultados.
Esforço institucional
A coibição do desmatamento ilegal, conta com constantes operações de monitoramento e fiscalização do Instituto. Para mitigação de efeitos, além do incentivo ao plantio de mudas, equipes desenvolvem simultaneamente ações positivas de sensibilização e de educação ambiental junto às comunidades locais, buscando estimular a promoção de renda para o sustento das famílias por meio do uso equilibrado dos recursos florestais, de forma que garantam a integridade das florestas.
Em todo o Brasil diversas instituições contribuem para o monitoramento dessas e outras questões ambientais nas diferentes unidades federativas. No Tocantins, o Instituto Natureza do Tocantins – Naturatins possui o compromisso de promover a execução das políticas ambientais do Estado, bem como manter o monitoramento e controle ambiental, além de contribuir com a prestação de serviços correlatos que lhe sejam atribuídos, resultantes de convênios, acordos e contratos.
Todo esse esforço do Naturatins junto ao Ministério do Meio Ambiente – MMA, conta com uma forte relação de parceria interinstitucional com órgãos como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, Ministério Público Estadual – MPE, Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – Semarh, Batalhão da Polícia Militar Ambiental – BPMA, entre outros, além das unidades ambientais municipais, de instituições parceiras não-governamentais e de cooperadores da iniciativa privada.
Sobre a data
A instituição do Dia Mundial da Floresta foi proposta pela primeira vez durante um encontro da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (Food and Agriculture Organization of the United Nations – FAO) em 1971, onde especialistas de diferentes países se reúnem para tratar, entre outros assuntos, de questões como o controle do desmatamento, manejo da terra, emissões de dióxido de carbono.