As vendas de sêmen bovino em 2016 refletiram as oscilações do mercado em decorrência da crise econômica que afeta o País. Dados do relatório da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA) apontam que foram comercializadas 11.723.738 doses de sêmen no ano passado, uma queda de 7% em relação a 2015. Como muitas propriedades tinham grandes estoques de sêmen isso contribuiu para uma menor procura por material genético das raças de corte. Outro fator que influenciou fortemente o resultado de 2016 foi o clima. A seca nas regiões Centro-Oeste e Norte prejudicou a condição corporal dos rebanhos e fez com que a estação reprodutiva atrasasse, jogando uma boa parte das vendas de sêmen para o início de 2017.
No leite, cuja queda era de 27% no primeiro semestre de 2016, houve uma importante recuperação. A redução dos custos de produção em decorrência de preços menores do milho influenciou positivamente o mercado de genética, permitindo que os produtores tivessem uma margem maior para investir na inseminação artificial. Foram comercializadas 3.699.057 doses vendidas, 14,5% menor que 2015. “Se compararmos com o primeiro semestre, podemos dizer que o mercado de genética leiteira reagiu muito bem e mostrou sinais de recuperação no segundo semestre”, diz Sergio Saud, presidente da ASBIA.
Nas vendas de sêmen para Corte, o Mato Grosso assumiu a liderança, seguido pelo Mato Grosso do Sul, que em 2015, detinha o maior volume de sêmen, e, na terceira posição, vem Goiás. Já no Leite, o líder continua sendo Minas Gerais, seguido pelos três estados do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Exportações
Se as vendas internas seguiram em ritmo menor que o de 2015, quando o total comercializado chegou a 12.606.703 doses, o mercado externo deu sinais de que continua interessado na genética bovina brasileira. As exportações cresceram 33,1%, totalizando 296.371 (Corte e Leite).
Os países que mais importaram a genética de Corte do Brasil foram Paraguai, Bolívia e Argentina. As exportações de Corte atingiram um total de quase 135.000 doses, representando um crescimento de 30% em relação a 2015. A exportação de sêmen das raças leiteiras brasileiras cresceu 36%, atingindo a marca de 162.000 doses, com destaque para Colômbia, Costa Rica e Equador.
A Índia, Sri Lanka e Moçambique começam a despontar como destinos para a genética brasileira.
Expectativa
Segundo o presidente da ASBIA, a expectativa para o setor em 2017 são animadoras e o ano deve registrar um crescimento nas vendas de sêmen. "Tudo indica que os criadores vão voltar a investir, fortemente, em uma genética melhoradora para assegurar que terão bons produtos para serem comercializados, daqui a 2 ou 3 anos, quando a economia brasileira, certamente, já estará de volta ao ritmo de crescimento", conclui Saud.