Conexão Tocantins - O Brasil que se encontra aqui é visto pelo mundo
Polí­tica

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

A senadora Kátia Abreu (PMDB/TO) subiu na tribuna do Senado na sessão vespertina desta quarta-feira, 19, para defender-se da acusação, por delatores da empresa Odebrecht, de ter recebido R$ 500 mil por meio de Caixa 2 para campanha da parlamentar ao Senado. Kátia falou em injustiça, pediu provas, alegou inocência e disse que os delatores buscam liberdade as custas da honra de pessoas idôneas. "Ainda não descobri o que os levaram a praticar tamanha atrocidade", lamentou. 

Kátia analisou os depoimentos dos executivos da Odebrecht, Cláudio Melo e José Carvalho e, segundo ela, ambos negam que mantinham contato com a senadora. "Não tenho relacionamento com a senhora Kátia Abreu, não tenho contato, não conheço”. teria dito Cláudio e José Carvalho teria dito que viu Kátia uma única vez, num restaurante em São Paulo, oportunidade em que Moises Gomes, esposo da senadora, a teria apresentado.

O ex-diretor superintendente da Odebrecht Ambiental/Saneatins no Tocantins, Mário Amaro da Silveira, declarou que Fernando Reis, presidente da empresa, autorizou uma doação de R$ 500 mil a senadora e reclamou que, mesmo com doações eleitorais, Kátia não ajudou a empresa no Estado. Sobre isso, a senadora disse que foi criada uma comissão para que em 90 dias avaliasse a caducidade da concessão da Odebrecht no Tocantins. Por problemas, investidores foram afugentados. "E eu tive que demitir mil funcionários no Tocantins por conta do atraso da assinatura da concessão e naquele tempo a senadora Kátia Abreu e o ex-governador Siqueira Campos nos ajudaram porque era um absurdo perder aqueles investimentos todos por interesses pessoais", disse Kátia. 

A senadora explicou que, em conformidade com a Lei Eleitoral, ela, seu esposo Moisés e sua assessoria, apresentaram para várias empresas, especialmente ao agronegócio brasileiro, na condição de potenciais doadores, os projetos de sua campanha do mandato que exercia e do mandato futuro. "Uma prestação de contas de tudo que fiz nos últimos oito anos em prol do Brasil, da economia, do crescimento do emprego e da geração de renda e não foi diferente com a Odebrecth, ligamos, conversamos, apresentamos projetos e objetivos públicos, da campanha e do mandato como disse os delatores, a troco de absolutamente nada", afirmou. 

De acordo com a senadora, depois de algumas tratativas e encontros, os representantes da Odebrecht não doaram absolutamente nada a ela." Apresentaram uma lista de possíveis doadores também de construtoras que eu deveria procurar e pedir ajuda a essas empresas e com essa lista desses possíveis doadores, fiz também o meu trabalho com meu esposo, que é meu companheiro, solidário nas horas que eu preciso", disse.  

Kátia Abreu negou ter recebido qualquer doação por parte da empreiteira. "Diante disso, não há qualquer dúvida que além de não receber qualquer importância da empresa Odebrecht, jamais contribuí com a ascensão ou com a escalada criminosa desta empresa ou de qualquer outra", defendeu. 

Provas 

A senadora Kátia Abreu quer que sejam apresentadas provas de que ela ou seu marido tenham recebido os R$ 500 mil. "Não dizem em nenhum momento quem entregou o dinheiro, aonde foi que entregou o dinheiro e para quem entregou o dinheiro e o que mais me deixou curiosa, os procuradores e a procuradora como é o caso que interpretou e investigou os meus, nenhum deles perguntaram", criticou. 

Para a senadora, os delatores não disseram e nem foram inquiridos a dar mais detalhes. "Eu desejo uma satisfação sobre isso, quero que eles digam e complementem suas delações, quero o endereço, eu quero nome, eu quero a filmagem, eu quero uma prova de que a senadora Kátia Abreu ou o seu esposo saiu de algum lugar com sacola de dinheiro na mão. Isso não se faz com as pessoas e não admitirei que façam comigo ou com o meu marido". 

Prefeito Amastha 

Em sua defesa no Senado, Kátia Abreu lançou críticas ao prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PSB) que, segundo ela, editou vídeo da delação de Fernando Reis e disseminou nas redes sociais. "Teve gente do Tocantins que editou o vídeo e colocou nas redes só o pedacinho que lhe interessava, no caso o prefeito de Palmas". A senadora foi contundente ao criticar esse tipo de ação. "Só quero que as pessoas que estão usando essas delações em benefício próprio, estão editando trechos da delação para incriminar pessoas de forma vil e covarde, porque essas pessoas não tem personalidade, caráter, não tem sentimento de humanidade para com o próximo", criticou.