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Polí­tica

Foto: Gerdan Wesley

O senador Ataídes Oliveira (PSDB/TO) criticou as altas taxas de juros do rotativo do cartão de crédito durante audiência pública promovida nesta última quarta-feira, 3, pela Comissão de Transparência, Fiscalização e Defesa do Consumidor (CTFC) do Senado sobre os juros do rotativo cobrados pelas empresas de cartão de crédito. “Não existe justificativa plausível para uma taxa de juros de 494% ao ano. Como se cobra quase 50% de juros ao mês com uma taxa Selic que hoje está em 11,25%? Isso é criminoso”, denunciou 

Ataídes, que é presidente da CTFC e que propôs a audiência com representantes dos consumidores e dos cartões de crédito, não se deixou convencer pelos argumentos apresentados pelo diretor da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito (ABECS), Ricardo Vieira, segundo o qual os bancos assumem 100% do risco de inadimplência no pagamento do cartão, diferentemente de outros países. “Não faz sentido. A inadimplência vem caindo e os juros continuaram subindo”, alertou.

Superendividamento

Dados da Proteste-Associação Brasileira dos Consumidores apresentados pelo presidente do PSDB/TO mostram que os juros do rotativo em outros países da América do Sul são muito inferiores aos cobrados no Brasil: 23% ao ano no México; 24,9% ao ano no Chile; 29% ao ano na Venezuela; 30,45% ao ano na Colômbia; 43,29% ao ano na Argentina; e 43,7% no Peru.

Ataídes também rebateu a alegação do diretor da ABECS de que a procura pelos cartões de crédito – que movimentaram cerca de R$ 700 bilhões em 2016 -  mostram que eles são um bom negócio, tanto para instituições financeiras quanto para os consumidores.

“É a necessidade que faz o sapo pular. Ninguém gasta o que não pode no cartão porque quer, mas porque precisa. E aí tem muita gente entrando nessa roleta russa, para acabar morto, ou seja, superendividado no final”, comparou Ataídes.

O presidente do PSDB/TO prometeu não descansar enquanto não encontrar uma solução para frear a cobrança dos juros do rotativo. “Solução existe. Vamos fazer outras audiências, até pedir uma CPI se for preciso”, afirmou.