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Meio Ambiente

Foto: Ney Carneiro

Foto: Ney Carneiro

Foi recebido no Instituto Natureza do Tocantins – Naturatins, na quarta-feira, 3, um filhote de bugio-preto, espécie primata do gênero Alouatta, nome científico Alouatta caraya. Segundo a pessoa que realizou a entrega, o animal foi encontrado na natureza, ainda filhotinho, sozinho e com espinhos, então resolveu leva-lo para casa.

O Naturatins incentiva a entrega voluntária de animais silvestres aos órgãos ambientais, que estejam sendo mantidos em cativeiro. O Instituto se compromete em manter sigilo da identidade da pessoa, que se isenta da penalidade, nestes casos, ao adquirir consciência de seu papel ambiental e adota esta iniciativa.

A espécie foi mantida em observação, nas últimas 24 horas sob cuidados médicos-veterinários e devido a ingestão de alimentação, segundo a pessoa informou, que era oferecido ao primata, como bolacha, pirulito, arroz, todos considerados inadequados; o animal apresentou dificuldades para aceitar a nova dieta. O macaco estava totalmente assustado, com a quebra de rotina e saída do ambiente que estava acostumado. Nesse período de readaptação, dos alimentos oferecidos, o Bugio-preto só aceitou a maçã.

A supervisora de Fauna do Naturatins, Grasiela Pacheco, encaminhou o animal para o Centro de Triagem Animal onde será readaptado. E ainda contou que antes de ser entregue ao Instituto, o animal correu risco. “A pessoa entregou por medo de ser denunciada. Ou seja, ao invés da pessoa pegar o animal na natureza e entregar ao órgão ambiental, que vai saber cuidar desse bichinho, com os cuidados sanitários e nutricionais adequados, decisivos ao animal nessa fase da vida, a pessoa ficou com ele e ainda correu um risco enorme ao transportar de um Estado para outro, porque acaba de chegar de mudança”, relatou.

A veterinária esclarece que macacos não transmitem febre amarela, mas o mosquito que são sentinelas. Os bugios são muito sensíveis, não resistem a doença. Assim que são infectados pelo mosquito morrem e servem de alerta para população humana, que o vírus está circulando naquela região.

Então Grasiela Pacheco reiterou. “Quando você pega um animal, não basta simplesmente levar para casa, dar água, comida e deixar ele num canto. É muito complexo, é um ser vivo, sensível, que sofre, senti dor e por isso precisa ser respeitado”, destacou a médica.

A supervisora de fauna afirma que é difícil manter o animal silvestre, conforme as exigências, se a pessoa não possuir a orientação correta e por isso é tão importante que a população se sensibilize, quando encontrar um animal silvestre, para providenciar a entrega imediata à um órgão ambiental, pois estará fazendo o melhor pelo animal.