A demora na manutenção de esquipamentos e dificuldade na oferta de insumos básicos de higiene no Hospital Geral de Palmas (HGPP), continuam gerando reclamações. Alguns problemas relatados na semana passada por um médico do HGP, que prefere não ser identificado, foram resolvidos - a parte dos medicamentos - e outros continuam sem solução - o endoscópio e o USG (aparelho de Ultrassonografia), ainda estão sem funcionar. "E volto a frisar que um endoscópio sem funcionar no maior hospital do tocantins é caso de calamidade pública", ressalta o profissional.
No início desta semana, o governador Marcelo Miranda inaugurou uma nova ala no HGP prometendo uma nova fase para o setor de saúde do Tocantins. Os pacientes internados em tenda improvisada no hospital foram removidos para o 2° andar da unidade hospitalar. Segundo o médico, a tenda era insalubre, sua desativação foi muito tardia e a nova ala demorou a ser entregue. "Uma expansão que vem com um atraso de quase cinco anos e com o custo de algumas dezenas de milhões", afirma.
É pontuado pelo profissional da Saúde que, ao mesmo tempo que se inaugura uma estrutura moderna e confortável no hospital, as mazelas do HGP ficam cada vez mais gritantes. Segundo o médico, falta até papel toalha para enxugar as mãos, o que, segundo ele, quebra o protocolo básico de manuseio de pacientes. "A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) possui protocolo básico de manuseio de pacientes e nele é incluído a lavagem das mãos antes e depois de avaliação ou manipulação de pacientes é uma rotina básica para evitar a expansão e aumento da colonização de bactérias multirresistentes que se alastraram no hospital", informou.
Ainda de acordo com o médico, foram vistos nos últimos dias enfermeiros, médicos, fisioterapeutas, entre outros profissionais, lavando as mãos e secando no uniforme. "Secando na calça, no jaleco, ou pior, em materiais como compressas estéreis que eram abertas para o simples enxugar de mãos", relatou. O profissional alerta que a prestação de serviços de saúde nessas condições perde a qualidade e leva riscos para os profissionais, principalmente para os pacientes. "Hoje no HGPP já existem pacientes colonizados com bactérias que em vitro e não respondem a nenhum tipo de antibiótico, são eles a Serratia, Acinetobacter Baumanii, KPC, Pseudomonas Aeruginosa, entre outras", informou e completou: "A presença desses germes são consequência de um péssimo manejo em limpeza e uso racional de antibióticos e são marcadores de qualidade de prestação de serviço em Saúde", explicou.
Sesau Esclarece
A Secretaria de Estado da Saúde esclareceu na tarde desta sexta-feira, 12, que o Hospital Geral de Palmas está abastecido com material de limpeza para a realização da assepsia adequada tanto das alas quanto para o asseio pessoal dos profissionais e que o endoscópio bem como o aparelho de ultrassonografia estão em manutenção, com previsão de entrega para a próxima semana.
A Sesau informou ainda que dispõe de aparelho de ultrassonografia de retaguarda para atendimento a todos os casos de urgência e emergência do hospital.
Medicamentos
Uma das reclamações dos profissionais da saúde é quanto ao HGP não possuir autonomia financeira para aquisição de insumos básicos. A Secretaria de Saúde é a responsável pela compra, por meio de licitação, e distribuição. Entretanto, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informa que, cada unidade hospitalar dispõe de um fundo de recursos próprios para aquisição emergencial de medicamentos, mas confirma que a compra de medicamentos é pela própria Sesau, através de licitação.
A pasta ainda informa que as faltas pontuais acontecem quando há o atraso no processo de entrega, por parte da empresa ganhadora do certame (nesses casos a empresa é notificada pela pasta) ou, quando a licitação resulta deserta (não há interessados em fornecer insumos ou medicamentos)