A Secretaria de Estado da Saúde realiza entre os dias 12 e 14 deste mês o Treinamento em Serviço nas Ações de Controle da Hanseníase. O evento acontece no auditório da Prefeitura de Araguaína das 8 às 12h e das 14 às 18h. O treinamento será direcionado aos profissionais da Atenção Primária da Região de Saúde do Médio Norte e dos municípios da Região Cerrado Tocantins.
Na pauta do treinamento estão o desenvolvimento e implementação de estratégias para o controle da hanseníase no Estado, iniciando pela organização do serviço a nível municipal, apresentação, metodologia e objetivos do treinamento, estudo de casos apresentados pelos facilitadores com estudo das fichas utilizadas pelo programa estadual (caso simples, complexo e de recidiva), apresentação dos dados epidemiológicos dos municípios e alimentação do banco de dados (SINAN).
Segundo a técnica da Assessoria de Hanseníase, Liz Freire Cavalcante, no Brasil a hanseníase ainda persiste como problema de saúde pública e os dados recentes do Tocantins evidenciam um coeficiente de detecção geral de 94,10/100.000 habitantes e um coeficiente de detecção em menores de 15 anos de 22,08/100.000 habitantes, ambos indicadores considerados hiperendêmicos, segundo os parâmetros do Ministério da Saúde.
Diante desses números, a técnica esclarece que é de fundamental importância que os profissionais de saúde que se encontram engajados no atendimento ao paciente com hanseníase estejam preparados e atualizados tecnicamente para realizar o diagnóstico e tratamento precoces, evitando deformidades decorrentes do processo saúde-doença. “Cabe a estes profissionais, sobretudo os que atuam nessa região, exercer papel preponderante no controle e na eliminação deste agravo, o que justifica a necessidade de treinar/capacitar, bem como mantê-los atualizados sobre os protocolos utilizados pelo Ministério da Saúde, relacionadas a hanseníase”, destacou.
Saiba mais
A hanseníase é uma doença crônica granulomatosa, de notificação compulsória e investigação obrigatória, causada pelo Mycobacterium leprae (bacilo de Hansen), que acomete a pele e os nervos periféricos, podendo causar incapacidades físicas e deformidades.
O tratamento específico da hanseníase, recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e preconizado pelo Ministério da Saúde do Brasil é a poliquimioterapia – PQT, uma associação de Rifampicina, Dapsona e Clofazimina, na apresentação de blíster. Essa associação evita a resistência medicamentosa do bacilo que ocorre, com frequência, quando se utiliza apenas um medicamento, impossibilitando a cura da doença. É administrada através de esquema padrão, de acordo com a classificação operacional do doente: PB e MB.
O tratamento é ambulatorial e está disponível em todas as unidades públicas de saúde. A PQT mata o bacilo e evita a evolução da doença, levando à cura. O bacilo morto é incapaz de infectar outras pessoas, rompendo a cadeia epidemiológica da doença. Assim sendo, logo no início do tratamento a transmissão da doença é interrompida e, se realizado de forma completa e correta, garante a cura da doença.