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Saúde

Foto: Divulgação

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De acordo com informações repassadas ao Conexão Tocantins na manhã desta quarta-feira, 21, pela Secretaria Municipal de Saúde (Semus), a pasta já notificou 1.003 casos, dos quais confirmou 175 casos de chikungunya em Palmas/TO em 2017. Para se ter uma ideia do aumento, em 2016 foram notificados 464 casos dos quais 15 foram confirmados, no mesmo período de avaliação. Os dados de 2016 e 2017 são referentes as 24 primeiras semanas de cada ano. 

Moradores da região Norte de Palmas, em especial, sofrem com a proliferação de mosquitos e a suspeita é de que alguns estejam infectados com a chikungunya. Eles pedem que a Prefeitura providencie ações com o intuito de cessar a epidemia. 

Segundo a Semus, as ações de combate feitas pelo Centro de Controle de Zoonoses de Palmas (CCZ) são contínuas e de rotina em toda a Capital, inclusive com mutirões. De acordo com a Secretaria, de 21 de dezembro de 2016 a 26 de maio de 2017, os mutirões resultaram em 28 quadras e setores contemplados, 15.169 imóveis inspecionados e 416 focos eliminados.

Recomendação 

A Semus recomenda que a pessoa que suspeitar de chikungunya procure uma unidade de saúde, onde o profissional de saúde solicitará exame específico e caso seja confirmado dará o tratamento adequado. Segundo a pasta, os sintomas são tratados com medicação para a febre (paracetamol) e as dores articulares (anti inflamatórios). Não é recomendado usar o ácido acetil salicílico (AAS) devido ao risco de hemorragia. Recomenda‐se repouso absoluto ao paciente, que deve beber líquidos em abundância.

A Secretaria Municipal de Saúde acrescenta que como a doença é transmitida por mosquitos, é fundamental que as pessoas reforcem as medidas de eliminação dos criadouros de mosquitos nas suas casas e na vizinhança. As medidas que as pessoas devem tomar são exatamente as mesmas recomendadas para a prevenção da dengue.

Chikungunya 

A chikungunya é, segundo o Ministério da Saúde, transmitida pela picada de fêmeas dos mosquitos Ae. aegypti e Ae. albopictus infectadas pelo vírus Chikungunya (CHIKV). 

Os sinais e os sintomas são clinicamente parecidos com os da dengue – febre de início agudo, dores articulares e musculares, cefaleia, náusea, fadiga e exantema. A principal manifestação clínica que as difere são as fortes dores nas articulações. Após a fase inicial, a doença pode evoluir em duas etapas subsequentes: fase subaguda e crônica. Embora o chikungunya não seja uma doença de alta letalidade, tem caráter epidêmico com elevada taxa de morbidade associada à artralgia persistente, tendo como consequência a redução da produtividade e da qualidade de vida. 

A doença pode evoluir em três fases: aguda, subaguda e crônica. Após o período de incubação iniciase a fase aguda ou febril, que dura até o décimo dia. Alguns pacientes evoluem com persistência das dores articulares após a fase aguda, caracterizando o início da fase subaguda, com duração até 3 meses. Quando a duração dos sintomas persistem até 3 meses atingem a fase crônica. Nestas fases, algumas manifestações clínicas podem variar de acordo com o sexo e a idade. Exantema, vômitos, sangramento e úlceras orais parecem estar mais associados ao sexo feminino. Dor articular, edema e maior duração da febre são prevalentes quanto maior a idade do paciente.

Em gestantes 

Mães que adquirem chikungunya no período intraparto podem transmitir o vírus a recém-nascidos por via transplancetária. A taxa de transmissão, neste período, pode chegar até 49%, desses, cerca de 90% podem evoluir para formas graves. Não há evidências de que a cesariana altere o risco de transmissão. O vírus não é transmitido pelo aleitamento materno. 

É importante o acompanhamento diário das gestantes com suspeita de chikungunya, e caso sejam verificadas situações que indiquem risco de sofrimento fetal ou viremia próxima ao período do parto, é necessário o acompanhamento em leito de internação. 

Tratamento

Até o momento, não há tratamento antiviral específico para chikungunya. A terapia utilizada é de suporte sintomático, hidratação e repouso. A unidade básica de saúde deve orientar o paciente a que medicamento tomar. 

Recomenda-se a utilização de compressas frias como medida analgésica nas articulações acometidas de 4 em 4 horas por 20 minutos. É necessário estimular a hidratação oral dos pacientes (2 litros no período de 24 horas). A hidratação oral inicia-se na unidade de saúde.

Existem evidências que o repouso é fator protetor para evitar evolução para fase subaguda, sendo de extrema importância. Deve-se evitar atividades que sobrecarreguem as articulações e orientar sobre o posicionamento adequado dos membros favorecendo a proteção articular e o retorno venoso. (Com informações do Ministério da Saúde)