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Foto: Clenio Araujo

Foto: Clenio Araujo

A Embrapa continua a capacitação em Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) para técnicos da extensão rural do Tocantins. Neste módulo, que vai desta terça-feira, 15, até o dia 17, o tema vai ser implantação e condução de sistemas integrados com foco em produção de carne e de leite em pastagens degradadas.

O coordenador técnico da capacitação é o pesquisador Deivison Santos, da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO), unidade da empresa que possui um núcleo de pesquisas em sistemas agrícolas. Os participantes são os mesmos de outros módulos – já foram feitos dois com a temática de ILPF, um em novembro do ano passado e outro em março de 2017.

Para Deivison, os participantes precisam entender que os assuntos abordados no próximo módulo são complementares. “A metodologia que utilizamos prevê o diagnóstico e o planejamento como principais ferramentas e, para sua construção, o técnico multiplicador deve ter uma visão sistêmica e integrada não só da propriedade escolhida como URT, mas de seu entorno. A intenção não é passar ‘receitas de bolo’ e sim apresentar diversas formas para a aplicação de uma intervenção técnica, cabendo ao técnico, juntamente com o produtor, decidirem qual a melhor e mais apropriada para cada condição”, explica.

URT é a sigla de Unidade de Referência Tecnológica, que é uma área conduzida por técnico do projeto em alguma propriedade rural acompanhada por ele. A ILPF tem diferentes possibilidades de integração: tanto entre dois dos componentes, como entre os três. Além disso, cada propriedade é única, ou seja, requer estratégias e uso de tecnologias adaptadas à realidade local.

O pesquisador afirma que, “por meio do diagnóstico, é possível identificar os objetivos, as metas e os indicadores, para então elaborar o planejamento. É fundamental que haja a participação ativa do proprietário, pois só ele sabe ‘onde o calo aperta’, e cabe ao técnico interpretar isso da melhor forma para construir um planejamento que seja viável tanto tecnicamente como economicamente”.

Ainda de acordo com Deivison, “um dos principais papéis do técnico é ouvir antes de chegar propondo soluções tecnológicas. Muitas vezes, a solução é mais simples do que parece, com pequenos ajustes já é possível obter resultados positivos, como aumento da margem líquida; basta olharmos e intervirmos de forma mais precisa, combatendo a causa e não o efeito”.

Uma das apresentações que serão feitas na capacitação é de Luciano Vilela, um dos proprietários da Fazenda Araguaiana, que fica no Bico do Papagaio, extremo Norte do Tocantins. A propriedade é uma URT do projeto de transferência de tecnologia em ILPF na região do Matopiba, que engloba partes dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Ele vai relatar sua experiência com a integração entre lavoura e pecuária.

A expectativa de Deivison pela contribuição de Luciano é positiva: “eu acredito que a participação do Luciano será fundamental para o sucesso do próximo módulo, pois, além de produtor, também é engenheiro agrônomo e tem grande capacidade de interpretar e traduzir os conceitos técnicos e o que um produtor sente na pele, de forma pragmática”.

A capacitação é uma ação da Rede de Fomento em ILPF, formada pelas empresas Cocamar Cooperativa Agroindustrial, Dow AgroSciences, John Deere, Parker e Syngenta e executada pela Embrapa e por parceiros. Além disso, faz parte de convênio entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins (Ruraltins) que trabalha a continuidade e a ampliação da transferência de tecnologias do Plano ABC (que incentiva uma agricultura com baixa emissão de carbono) no Estado.