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Alevinagem, Recria e Engorda de Pirarucu é o novo livro lançado pela Embrapa Pesca e Aquicultura (TO) que, como o próprio nome diz, ensina todas as técnicas de cultivo da espécie. Com uma linguagem simples e acessível, a publicação possui 152 páginas e é ricamente ilustrada. Os interessados podem fazer download gratuito no site da Unidade. A obra complementa o primeiro livro Manejo de Plantel de Reprodutores de Pirarucu, lançado em 2015, que também pode ser baixado sem custo.

Segundo a pesquisadora da Embrapa Adriana Ferreira Lima, uma das autoras do livro, a obra vem atender à demanda por material didático sobre o assunto e suprir uma carência de informações sobre cultivo da espécie. “Durante nossos cursos percebemos que havia falta de publicações sobre o tema, então decidimos lançar esse livro que veio complementar a primeira obra que abordou apenas a reprodução da espécie”, explica ela.

Adriana conta que, por ser um peixe que chega a pesar 10 quilos na fase de comercialização, o pirarucu necessita de processamento para chegar ao consumidor, mas faltam indústrias interessadas em investir no pescado. “Há demanda no mercado interno e externo para o peixe, com grandes compradores como Estados Unidos e Europa. Mas não há oferta suficiente, pois faltam empresas para processar essa carne”, pontua.

A pesquisadora cita o exemplo de Rondônia, que viu sua produção quadruplicar em 2013, passando para 11.700 toneladas em 2014, quando um grande frigorífico de Mato Grosso se dispôs a comprar o pescado para exportação. “Só que naquele ano houve um problema na comercialização para o mercado externo e essa indústria parou de comprar o mesmo volume de antes”, relata. Com isso, houve uma queda na produção de 28% por cento já no ano seguinte, passando para 8.400 toneladas em 2015.

Segundo Adriana, além da falta de frigoríficos, outro gargalo que prejudica a oferta do peixe é a produção de alevinos. “Como a ciência ainda não domina a técnica da reprodução, atualmente é impossível determinar quando e quantos peixinhos vão nascer”, afirma ela. Para a pesquisadora, a indústria deveria puxar a produtividade mesmo com as limitações. “Se o produtor não tiver para quem vender, ele não vai investir. Então cabe à indústria gerar essa demanda para que os produtores possam atendê-la, a exemplo do que aconteceu em Rondônia”, conclui. (Embrapa)