A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), por meio da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), sob coordenação dos delegados José Rerisson e Guilherme Torres, prendeu na tarde dessa segunda-feira, 25, em Marabá (PA), Robson B.C., suspeito de ser mandante da morte do advogado Danilo Sandes Pereira, de 30 anos, executado em Araguaína, no dia 25 de julho.
De acordo com a investigação, o crime teria sido motivado por brigas entre herdeiros de um inventário judicial que envolve patrimônio milionário. O caso estava sendo acompanhado, desde dezembro de 2016, pelo advogado Danilo Sandes que advogava para cinco pessoas de um grupo de seis herdeiros. O suspeito, que também é herdeiro, estava sendo representado por outro advogado.
Durante coletiva de imprensa ocorrida na manhã desta terça-feira, 29, no Complexo de Delegacias de Polícia Civil, em Araguaína, o delegado José Rerisson, agradeceu pelo apoio de toda equipe da Polícia Civil do Estado do Tocantins e a parceria dos policiais civis do Estado do Pará que uniram forças para desvendar o caso. “Foi um trabalho árduo e, hoje, estamos apresentando uma parte deste resultado, pois com o apoio e a parceria entre as polícias, as investigações continuam. Temos provas suficientes da participação de R.B.C. no crime, são provas irrefutáveis e técnicas, e agora iremos buscar a participação de outras pessoas”, disse o delegado.
De acordo com o delegado José Rerisson, R.B.C. queria obter mais vantagens que os demais herdeiros e chegou a discutir com o advogado Danilo, que não aceitava essa situação. Com isso, o Danilo decidiu não advogar para R.B.C.. Quando foi efetuada a prisão de R.B.C., foram encontradas várias armas e munições com ele.
OAB/TO
A Ordem dos Advogados do Brasil no Tocantins (OAB/TO) agradeceu o empenho da Polícia Civil do Tocantins pelo trabalho que está elucidando o assassinato do advogado e espera a conclusão de todas as investigações para ver se há mais gente envolvida no homicídio. Além disso, o presidente da Ordem, Walter Ohofugi, vai nomear uma comissão para acompanhar formalmente o inquérito policial, a denúncia do MPE (Ministério Público Estadual) e a tramitação da eventual ação penal. “Estamos falando de um crime bárbaro e ligado à advocacia. Houve prerrogativa brutalmente violada. Perdemos um colega ético e a advocacia exige que todos os responsáveis sejam presos”, frisou Ohofugi.
Nesta terça, o presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, entrou em contato com o presidente da OAB em Araguaína, José Pinto Quezado, para prestar solidariedade e colocar a instituição à disposição para o que for preciso.
O caso
O advogado desapareceu no dia 25 de julho, sendo visto pela última vez em um supermercado, após ter deixado a mãe dele numa agência bancária, onde ela trabalha. Por volta de 9 horas, ele falou com uma prima por telefone e disse que iria para Filadélfia, provavelmente resolver alguma questão ligada a um processo. O advogado estava em uma motocicleta.
O advogado foi procurado durante quatro dias. O corpo dele foi encontrado no dia 29 às margens da TO-222, em decomposição. Ele estava apenas de cueca, com marcas de lesões, sangue e fogo, a 18 km de Araguaína, perto do entroncamento com Babaçulândia. O delegado responsável pela investigação, Rerisson Macedo, disse que Danilo foi morto com dois disparos de arma de fogo.
(Matéria atualizada às 16h19min com posicionamento da OAB/TO)