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Polí­tica

Foto: Gerdan Wesley

Foto: Gerdan Wesley

O senador Ataídes Oliveira (PSDB/TO) foi eleito presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS, instalada nesta última terça-feira, 5, no Congresso Nacional. A comissão vai investigar irregularidades na aquisição de 21% das ações do Grupo J&F por parte do BNDES-Par e em aportes bilionários do BNDES ao grupo durante os governos Lula e Dilma Rousseff. Também está na mira da CPMI o acordo de delação premiada que garantiu liberdade aos dirigentes da JBS.

O presidente estadual do PSDB rechaçou as críticas de que a CPMI tem como objetivo retaliar autoridades do Judiciário ou mesmo os irmãos Batista: “Tirar a limpo o roubo de bilhões dos cofres públicos é uma questão de interesse nacional, não de retaliação por parte de um ou outro agente público envolvido no esquema criminoso delatado pelos irmãos Batista, que são bandidos confessos, é bom frisar”.

Delação premiada

Ataídes destacou, no entanto, que o acordo de delação premiada de Wesley e Joesley Batista precisa ser muito bem explicado, “até mesmo para esclarecer dúvidas que agora vêm à tona sobre a atuação do Judiciário e do Ministério Público, com a revelação de novos áudios da JBS”.

“O princípio que levou à criação da CPMI da JBS é o mesmo que moveu a Lava Jato, ou seja, a luta contra a impunidade e a favor da transparência. Quem tem culpa no cartório tem que ser punido exemplarmente”, sentenciou Ataídes, que fez questão de ressaltar seu integral apoio à Operação Lava Jato em seu primeiro discurso à frente da comissão.

Propina     

Um dos maiores desafios da CPMI, na avaliação de Ataídes, será mapear o destino final do dinheiro sujo distribuído pela JBS como propina. “É dinheiro público, ou seja, dinheiro do povo, que precisa ser recuperado o mais rápido possível”, argumentou.

O senador tocantinense lembrou que foram os aportes de mais de R$ 8 bilhões do BNDES que garantiram o crescimento vertiginoso da JBS e sua posição de maior produtora de proteínas do mundo. De acordo com informações do próprio Joesley Batista, dono da JBS, o apoio do BNDES foi assegurado pelas propinas que o grupo pagou ao ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.

Requerimentos   

Na próxima terça-feira (12) a CPMI deve votar os primeiros requerimentos apresentados pelo senador Ataídes Oliveira, para ouvir os irmãos Batista, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o ex-procurador Marcelo Miller, os ex-presidentes do BNDES Luciano Coutinho e Demian Fiocca e o diretor da JBS, Ricardo Saud.