A deputada federal professora Dorinha Seabra Rezende (Democratas/TO) usou a tribuna da Câmara na última quinta-feira, 21, para fazer um apelo ao prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB) para que abra espaço de diálogo com os servidores da educação que estão em greve desde o dia 5. A prefeitura acionou a justiça, que declarou a ilegalidade da greve, e se recusa a dialogar com a categoria.
“Eles têm direitos e garantias atrasados desde 2014. Houve uma greve em 2015, quando a categoria fez um acordo com a gestão municipal, mas que até hoje não foi cumprido”.
Como já atuou como Secretária de Educação do Tocantins, Professora Dorinha disse compreender o lado do gestor, mas destacou a necessidade do diálogo. “Eu fui gestora, já estive do outro lado. Sei da responsabilidade que o gestor precisa ter, mas temos também que entender que o trabalho e a melhoria da qualidade acontecem através do professor e de todos aqueles que lidam com a educação”.
A parlamentar ressaltou que Palmas se destaca nacionalmente por seus excelentes resultados do IDEB e que isso está sendo possível devido ao bom desempenho dos professores. “Os profissionais da educação têm feito a sua parte. Sabemos que existem dificuldades e desafios que precisam ser enfrentados, mas é necessário que sejam tratados com responsabilidade”.
“Faço esse apelo à Câmara de Vereadores, à Secretaria Municipal de Educação e, em especial, ao prefeito Carlos Amastha, que tem a responsabilidade de cuidar da nossa capital e que tenho certeza de que ele pode fazer esse debate e ouvir os professores, discutir a realidade do município, que não é dos mais pobres do Tocantins, pelo contrário. É uma cidade que tem boa arrecadação própria e, perante as condições pelas quais passa o nosso país, teria condição de cumprir os prazos acordados”.
Professora Dorinha citou ainda que foi o próprio prefeito que alterou o período de pagamento da data-base da categoria, antecipando de maio para janeiro. “Existe uma carreira com benefícios que precisam ser assegurados. Como o professor pode acreditar num acordo se o anterior não foi cumprido e a gestão não aceita discutir? Nós que lidamos com educação, que acreditamos que é um instrumento capaz de mudar a realidade, que pode garantir às nossas crianças e jovens um equilíbrio, a oportunidade de formação e trabalho, precisamos entender e dialogar”.
O posicionamento da prefeitura de substituir os grevistas por contratos temporários também foi motivo de preocupação da democrata. “Isso é uma imensa falta de respeito com os pais, os alunos e, principalmente, com os trabalhadores da educação. O profissional passa por um processo de formação, há todo um planejamento que é construído, e não é confrontando família e os educadores que o governo irá garantir uma escola de qualidade. É preciso que exista respeito, não é qualquer pessoa que pode atuar numa sala de aula”.