Representantes das etnias Javaés e Karajá e da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura (Seden), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) reuniram-se na última terça-feira, 21, na Seden, para a preparação de instrumentos de parceria e definição de atividades integradas no ano de 2018 tendo como foco o desenvolvimento do etnoturismo em aldeias da Ilha do Bananal, maior ilha fluvial do mundo.
De acordo com diretor de Planejamento e Projetos Estratégicos da Seden, Marcos Miranda, esse encontro teve como objetivos alinhar as agendas dos órgãos, estabelecer um cronograma de ações e um itinerário para a visitação às aldeias e discussão do escopo para a elaboração dos projetos.
“A proposta é que cada aldeia tenha o seu projeto, que atenda aos seus anseios e que leve em conta as especificidades de cada uma delas e de seu potencial turístico”, destacou. Ele lembra que outro encontro foi realizado em outubro no qual foi elaborado um plano de trabalho de ações transversais para o desenvolvimento do etnoturismo de base indígena na Ilha do Bananal.
O subsecretário da Seden, Glênio Benvindo, ressaltou que o encontro teve como principal foco ouvir as demandas e sugestões dos indígenas e de órgãos estratégicos. "Poderemos incluir essas demandas nos nossos planejamentos e projetos", frisou.
A visitação turística em terras indígenas, conhecida como etnoturismo, é uma atividade que pode ajudar a gerar renda e a preservar o meio ambiente e a cultura das comunidades da Ilha do Bananal. Com uma área de cerca de 25 mil km², a Ilha do Bananal é considerada a maior ilha fluvial do mundo. Ao sul da Ilha fica o Parque Indígena do Araguaia, criado principalmente para proteção dos índios da região e administrado pela Funai. E ao norte o Parque Nacional do Araguaia, criado para proteção ambiental e administrada pelo ICMBIO.
Para o presidente da Associação Viva Ilha do Bananal, Carlos Javaé, o desafio é envolver toda comunidade indígena na discussão. “Nós sabemos que o turismo gera renda, mas se não for feito da forma correta pode gerar também destruição ambiental”, pontou. Ele reforçou também que existe um grande interesse por parte dos indígenas no desenvolvimento do turismo na Ilha do Bananal.