O presidente da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), Humberto Camelo, recebeu na tarde de terça-feira, 5, representantes da Associação Tocantinense de Vaquejada que solicitaram a possibilidade da autorização para realização do evento em municípios que ainda passam por saneamento em decorrência dos focos de Mormo, doença infectocontagiosa, como é o caso de Formoso do Araguaia, Palmas e Sandolândia. A reunião resultou na possível revisão da Portaria nº 289, que suspende quaisquer aglomerações de equídeos nos municípios citados, uma vez que os eventos serão fechados, cadastrados e fiscalizados.
A Associação informou que enviará para a Adapec o calendário de 2018, que já tem previsto a realização de 15 etapas do evento em diversos municípios. “Sabemos que a vaquejada tem grande importância cultural e econômica para todo o Estado, por isso, revisaremos a situação, pois a Associação se comprometeu a seguir as exigências conforme a legislação, que impõe ainda a apresentação de exames específicos para os animais, com isso, a condição sanitária dos animais é preservada dando mais segurança aos participantes”, ressaltou Humberto Camelo. Nos municípios onde houver determinação judicial prevalecerá as disposições daquele juízo.
De acordo com a diretora de Defesa, Inspeção e Sanidade Animal, Regina Barbosa, com o calendário em mãos as equipes serão agendadas para fiscalizarem a entrada e saída de animais, pois é obrigatória a apresentação da Guia de Trânsito Animal (GTA), exames negativos e atualizados de Mormo e Anemia Infecciosa Equina (AIE), além da comprovação de vacinação contra Influenza. “O evento fechado possibilita uma fiscalização eficaz e um controle rígido que dá mais proteção aos animais, para evitarmos a disseminação de doenças”, disse.
Dados
O Tocantins registrou em 2016, 16 novos casos de Mormo, mas, este ano, até o momento, foram somente sete registros, o que comprova que as medidas de contenção da doença estão evitando o surgimento de novos casos.
Mormo
O Mormo é uma doença infectocontagiosa causada por bactéria que acomete principalmente os equídeos (asininos, equinos e muares). Nos equídeos, os principais sintomas são nódulos nas narinas, corrimento purulento, pneumonia, febre e emagrecimento. Existe ainda a forma latente na qual os animais não apresentam sintomas, mas possuem a enfermidade.
Já o ser humano, normalmente é infectado pelo contato com animais doentes, os principais sintomas são febre, com pústulas cutâneas, edema de septo nasal, pneumonia e abscessos e, diversas partes do corpo. É uma zoonose de difícil tratamento, quase sempre fatal.
Em animais, não há vacina e nem tratamento eficaz para o mormo, o único método previsto na Instrução Normativa nº 24 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), é o sacrifício do animal positivo.