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Estado

Foto: Lauane dos Santos Aldeia Boto Velho na Ilha do Bananal Aldeia Boto Velho na Ilha do Bananal
  • Parceria com o prefeito Vlademir de Pim para melhorias nas Aldeias próximas.
  • Apresentação do Projeto de Moradia para os indígenas
  • Casas da Aldeia Boto Velho necessitam de melhorias

O povo Iny (pronuncia-se Inã) da Etnia Javaé, localizados na Ilha do Bananal, reuniu-se com o gerente de Proteção dos Povos Indígenas, Carlinhos Javaé, para aprovar um projeto habitacional inovador para a Aldeia Boto Velho. A intenção da Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju), por meio da gerência responsável, é construir novas “hetós”, chamadas casas, para uma moradia mais digna dos indígenas da Ilha. O projeto inicial, apresentado pelo gerente à comunidade na última sexta-feira, 09, foi aprovado pela comunidade e o próximo passo é buscar parcerias para efetivar a construção.

Para Carlinhos que apresentou o projeto, criado pela Secretaria da Habitação, explicou que era necessário inicialmente que o projeto fosse aprovado por toda a Aldeia para que o Governo possa buscar recursos para sua efetivação. “Esse projeto ainda não tem recursos, mas está aqui, já no papel, e é preciso que tenhamos união para que ele possa se transformar em realidade, porque ele já está liberado pelo Estado para a etnia Javaé e será apresentado em Brasília em breve”, frisou.

A proposta inicial foi pensada devido a falta de materiais propícios para reforma das hetós na unidade, como comenta o Cacique Wagner Javaé. “A habitação nossa são dependiosas de palha e outros materiais que estão muito difíceis de ser encontrados, por isso estão todas velhas, então a solução é mudar a forma de fazer, sem perder a cultura, claro. O povo fala que descaracteriza uma aldeia, mas o importante é que nossas famílias continuem tendo lugar para morar, com a família vivendo de forma digna”, expos.

Um dos líderes indígenas, Edimar Javaé, complementou dizendo que em menos de cinco anos as casas da aldeia podem cair porque não tem como reformar, a chuva entra em casa e não tem nenhum conforto. “Então esse projeto é muito bom e temos que correr atrás para conseguir pra todo mundo”, disse.

A proposta da nova hetó Javaé foi criada a partir de estudos sobre os aspectos ambientais e socioeconômicos da comunidade que conta com mais de 35 famílias, bem como culturais, tendo em vista que as casas do povo indígena reforçam a cultura de cada etnia, com seu estilo e pintura própria. O projeto será levado para apresentação aos deputados de Brasília no próximo mês, a fim de angariar recursos.

Deliberações

Para além da aprovação do projeto de moradia, a Seciju conseguiu parcerias com a Prefeitura de Pium para prover mais melhorias à Aldeia Boto Velho. A partir da próxima semana, será disponibilizado um agente comunitário de saúde para atuar na promoção e prevenção na saúde, mapeando e encaminhando os indígenas ao serviço de saúde do município mais próximo, bem como máquinas para melhorias terrenas da Aldeia que fica no meio do Rio Javaés. A Prefeitura de Lagoa da Confusão, município também próximo à Aldeia, também disponibilizará o serviço de limpeza para a comunidade, evitando até mesmo doenças transmitidas por insetos.

Também foram entregues 40 cestas básicas para as famílias da Aldeia, fruto de articulação da gerência indígena da Seciju e da Associação Natureza Viva da Ilha do Bananal.