Uma equipe da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura (Seden), vai participar da festa, que representa a passagem da infância para a vida adulta dos meninos indígenas da etnia Karajá. O Hetohoky, ritual de iniciação Karajá, é realizado na Aldeia Santa Isabel do Morro na Ilha do Bananal.
O objetivo da visita é fazer a captação de imagens do ritual, que será registrado pelo repórter fotográfico da Seden, Emerson Silva. A festa indígena tem tradição milenar e acontece no período de 17 a 18 de março.
De acordo com a superintendente de Desenvolvimento da Cultura da Seden, Noraney de Castro, a festa acontece anualmente e consegue mostrar de forma bem exuberante, multicores e com detalhes de grafismo no corpo dos participantes, a cultura do povo Karajá. “Nós enviamos uma equipe que vai documentar todo o ritual nos dias da festa Hetohoky, que significa “Casa Grande”. Vamos registrar e divulgar essa cultura, que é tão importante para o Estado”, destacou a superintendente.
A festa Hetohoky
A festa Hetohoky é o maior ritual indígena entre os povos do Tocantins. Além de expor a beleza, exuberância das apresentações e preservação dos ritos, o evento também promove a diversidade da cultura indígena e demostra a força e a importância da etnia Karajá na construção da identidade cultural do Estado do Tocantins.
Os índios Karajá, da Aldeia Santa Isabel do Morro na Ilha do Bananal, são um símbolo da força e determinação que perduram ao tempo e ao progresso sem deixar morrer suas origens. Uma das grandes riquezas da cultura desse povo é a festa de Hetohoky, que representa a passagem da infância para a vida adulta dos meninos da comunidade.
Cores, ritmos e sons atraem a multidão que acompanha com respeito todos os rituais. Cada detalhe das roupas, dos ritmos, dos cânticos tem um significado para as suas existências. As penas coloridas dos cocás e saiotes de palha de buriti e as pinturas extraídas do urucum e jenipapo representam a alegria durante o ritual. A festa conta ainda com apresentações da dança da Ariranha e Aruanã.
As crianças indígenas são preparadas para o Hetohoky por cerca de um mês. A preparação inclui ida para a floresta. Como parte do ritual os meninos aprendem a caçar, pescar e valorizar os bens da natureza de onde a aldeia tira o sustento para a família. Além disso, ficam presos por uma semana numa casa de nome Hetohoky, ou casa grande. Os meninos karajás não podem sair e nem receber visitas de mulheres ou de outras crianças. Só alcançam a maioridade após dois anos de diversos rituais.