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Concurso da PM-TO está suspenso desde o mês de março

Concurso da PM-TO está suspenso desde o mês de março Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Concurso da PM-TO está suspenso desde o mês de março Concurso da PM-TO está suspenso desde o mês de março

Um mês após o Ministério Público Estadual (MPE) recomendar que o governo do Tocantins não desse andamento ao concurso da Polícia Militar (PM-TO), o certame ainda continua suspenso e não há previsão de quando será retomado. Situação que tem causado ansiedade aos candidatos que aguardam a divulgação do resultado da 1ª fase, que foi a realização da prova objetiva.

A candidata Rosa Almeida, 25, lembrou que a recomendação do MPE dava um prazo de 10 dias para que o governo manifestasse se iria cumprir a recomendação e quais providências seriam tomadas. “Já fez um mês e o estado não emitiu sequer uma nota. Nós precisamos de informações”, criticou a candidata.

A recomendação administrativa do MPE orientava que o concurso - já suspenso anteriormente por determinação judicial - permanecesse suspenso até que todas as denúncias de suspeita de fraude fossem investigadas.

Quando foi suspenso por força de decisão judicial pela primeira vez no mês de março deste ano, a alegação era de que o andamento do certame não prejudicasse o ordenamento financeiro do estado durante o período de transição de governo, após a cassação do ex-governador Marcelo Miranda (MDB). A expectativa era de que, após a eleição suplementar que elegeu Mauro Carlesse (PHS), o concurso fosse retomado.

Entretanto, denúncias de possíveis irregularidades investigadas pela Polícia Civil levaram à deflagração da Operação Aleteia, que resultou na prisão de 14 pessoas suspeitas de terem fraudado o concurso. Dos 13 presos, 10 foram capturados no Maranhão e os outros 3 no Piauí, entre eles Antônio Ferreira Lima Sobrinho, o Antônio Concurseiro que seria líder da quadrilha. 

Considerado chefe da quadrilha que fraudou o concurso, Antônio Concurseiro foi preso no Piauí

Foram estes os fatos que levaram o MPE a recomendar que o governo se abstivesse de retomar a seleção. Segundo o promotor de justiça Adriano Neves, que investiga o caso, entre as irregularidades estariam envelopes violados e aparelhos celulares apreendidos com respostas das provas. “Se depender do apurado nas investigações em curso, o referido certame deverá ser anulado, seja por via administrativa ou judicial”, disse o promotor na recomendação.

Respostas

Procurada, a assessoria de comunicação da Polícia Militar não se manifestou sobre o assunto. A Secretaria de Comunicação do Estado também não informou se o governo ainda irá fazer alguma manifestação oficial sobre o caso, mesmo após transcorrido o prazo do MPE.

Já a instituição organizadora do concurso, a AOCP, disse que está pronta para continuar as atividades imediatamente e que aguarda apenas a autorização do Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado para o andamento, uma vez que o próprio delegado responsável pelo inquérito teria declarado que o prosseguimento do concurso não prejudicaria as investigações.

Ainda de acordo com a organizadora, todas as solicitações das autoridades que investigam a tentativa de fraude no concurso foram atendidas. “Ao nosso ver a investigação não deve paralisar o certame uma vez que ainda restam diversas fases e pelo menos 8 meses até seu encerramento, tempo que supomos ser suficiente para finalizar o inquérito e identificar aqueles que tentaram fraudar o concurso. Uma vez identificados, esses candidatos deverão ser eliminados do certame, de acordo com o item 8.5 do Edital Nº 001/CFSD-2018/PMTO”, comunicou a banca.

A AOCP informou ainda que o concurso parou na fase de correção das provas objetivas e que o próximo ato, assim que retomado, será a divulgação do resultado da primeira fase e informação sobre quais candidatos terão as redações corrigidas, o quê, segundo a organizadora, pode ser feito imediatamente. A instituição recomenda aos candidatos que continuem acompanhando o andamento do concurso pelo site www.aocp.com.br. “Por parte da AOCP empenharemos todos os esforços para agilizar os trâmites tão logo o concurso seja retomado”, informou.

Prejuízo

Enquanto o concurso não é retomado, os mais de 86 mil inscritos aguardam ansiosos pelos resultados e continuidade da seleção. Alguns contabilizam prejuízos financeiros e desgaste psicológico por conta do imbróglio em torno deste certame.

O candidato David Pierote, 24, que tem se preparado para diversos concursos da carreira policial desde o ano passado disse que dentre todas as provas que fez até o momento, a da PM-TO foi a mais cara. Ele gastou em torno de R$ 1.300 com passagens, estadia em hotel e alimentação em um único fim de semana.

Os gastos, no entanto, não se comparam ao desgaste emocional de David com o problema. Ansioso pela divulgação dos resultados da primeira fase, ele relata que não consegue mais focar nos estudos para outras provas desde que o concurso da PM-TO foi suspenso. “Nada impede de dar andamento no certame. Nós que estamos participando desse concurso queremos apenas o andamento dele para acabar com a angústia dessa espera, mesmo sabendo que a tão sonhada nomeação ocorrerá apenas depois do dia 1º de janeiro”, desabafou o candidato.

O concurso da PM-TO oferece 1.040 vagas nos cargos de soldado e cadete, que exigem níveis médio e superior, respectivamente. As provas da primeira fase foram aplicadas no dia 11 de março e os gabaritos divulgados dias depois.