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Campo

No Tocantins, a busca por uma agricultura sustentável, fundamentada em tecnologias não agressivas ao meio ambiente tem apontado o desenvolvimento dos Sistemas Agroflorestais (SAFs) como uma alternativa viável pela combinação de árvores, culturas e animais em um conceito de imitação dos ecossistemas naturais. A viabilidade econômica dos SAFs está sendo analisada no Curso de Sistemas Agroflorestais, promovido pelo Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agricultura (Seagro). O evento teve inicio na manhã desta terça-feira, 11, no auditório da Embrapa Pesca e Aquicultura, em Palmas e terá continuidade até a sexta-feira 14.

Na manhã do primeiro dia do curso foram apresentados os conceitos e classificação dos Safs e apresentados, virtualmente, os principais Safs do Brasil. A composição dos sistemas agroflorestais, a importância e as etapas para a realização da análise financeira, com seus fluxos de custos e receitas também foram temas das palestras da manhã desta terça-feira, 11.

Ainda foram montados os grupos de trabalho e começou o trabalho de equipe para a composição de Safs.

O pesquisador da Embrapa Florestas de Curitiba (PR), Marcelo Francia Arco Verde, falou sobre o curso. “Vamos continuar o curso realizado no último mês de agosto, onde o grupo compôs os sistemas agroflorestais, elaboraram o sistema, colheram espécies do arranjo produtivo e agora temos cinco grupos, com cinco sistemas agroflorestais, da agricultura familiar, para grandes produtores rurais do Jalapão, parte agrosilvopastoril, parte pecuária e floresta, onde vamos verificar se há viabilidade financeira ou não”, explicou.

O pesquisador disse que nesse curso o foco é estritamente econômico e que ao final do processo, os participantes terão aprendido o método para realizar uma análise financeira e sairão com um produto avaliado, praticamente 90%. “Nessa semana eles aprenderão o processo de análise de um sistema agroflorestal, observando os aspectos de inserção de informações, ajuste de manejo de cada sistema, verificando atividades mais rentáveis, enfim, todo o trabalho em volta da parte financeira”, afirmou.

Há vários indicadores financeiros, uma parte da avaliação é analisar o valor presente líquido, taxa de retorno modificada e a relação custo benefício, entre outros indicadores, mas isso não é o mais importante, observa o pesquisador. “O mais importante é como se atingiu esses índices e como segue o olho, por exemplo, na demanda de mão de obra, como ajustar isso, como entender o fluxo de caixa, como observar as saída, os resultado, os gráficos e poder voltar na sua análise financeira e evitar desperdícios”, orienta.

Marcelo Francia explica ainda que a análise financeira é uma ferramenta de planejamento que evita desperdícios. “Essa é uma ferramenta de planejamento de gestão, a partir do momento que o produtor rural planeja e evita desperdícios já vale a pena estudar”, argumentou.

Para os produtores rurais que querem fazer uma análise financeira em seus SAFs, o pesquisador orienta que procurem um técnico capacitado. “No Tocantins já qualificamos para esse serviço mais de 70 profissionais. Então já temos muitos técnicos em condições de realizar essa análise financeira, seja na Seagro, no Instituo de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins (Ruraltins). Não são todos os técnicos que sabem fazer a análise financeira de SAFs, então, que o produtor busque no seu município essa pessoa que já está preparada para prestar o serviço.

O extensionista florestal do Ruraltins, Ricardo Flores Haidar é um dos técnicos que estão participando do curso de capacitação desde o primeiro módulo. “Na primeira etapa fomos à propriedade, detectamos as potencialidades para formar os sistemas e escolhemos as espécies. Agora faremos a avaliação  econômica. É uma parte importante onde vamos ver o subsídio  que temos  para mostrar ao produtor rural que a gente pode gerar renda a partir dos SAFs.

Já o produtor rural Luciano Andrade Gouveia Vilela, da Fazenda Pingo D’água, município de Araguatins, planta florestas de eucalipto e quer implantar sistemas agroflorestais nos espaços das florestas. “Tenho uma área de florestas plantadas de eucalipto rebrotando, já vendemos a madeira e agora vamos introduzir SAFs. E outra área com eucaliptos de aproximadamente 25 metros de altura, onde aproveitando o sombreamento vamos colocar gado. Também criar vários modelos de SAFs para outras áreas. O curso é em uma hora oportuna para fazer análise financeira dos agrossistemas. Estamos numa fase de planejamento, mas vamos procurar um técnico capacitado para fazer a análise econômica e viabilidade dos SAFs, disse.

SAFs

Os Sistemas Agroflorestais são alternativas sustentáveis para aumentar os níveis de produção agrícola, animal e florestal, entre os benefícios ambientais dos SAFs, destacam-se o melhor controle de temperatura, da umidade relativa do ar e da umidade do solo. Nos SAFs, as árvores regulam a temperatura do ar, reduzindo sua variação ao longo do dia e tornando o ambiente mais estável.

Programação

2º Dia

8h30 - Revisão dos principais tópicos abordados no curso e dia de campo.

8h45 - Apresentação e discussão dos modelos agroflorestais elaborados pelas equipes.

10 horas – Intervalo.

10h20 - Fluxo de Custos e Receitas.

11 horas - Coeficientes Técnicos – planejamento e dinâmica das atividades de implantação e manejo dos SAFs.

13h30 - Indicadores Financeiros de SAFs.

15 horas - Apresentação geral da planilha Amazonaf

15h30 – Intervalo.

15h50 - Utilização da planilha Amazonaf para avaliação da viabilidade financeira de SAFs.

3º  Dia

8h30 - Revisão dos principais tópicos abordados no curso e dia de campo.

8h45 - Trabalho em equipe: Utilização da planilha Amazonaf  para elaboração dos coeficientes técnicos e obtenção dos indicadores financeiros do SAFs.

Apresentação e discussão dos modelos agroflorestais elaborados pelas equipes.

10h – Intervalo.

10h20 - Trabalho em equipe: Utilização da planilha Amazonaf para elaboração dos coeficientes técnicos e obtenção dos indicadores financeiros do SAFs.

13h30 - Apresentação de resultados dos trabalhos de grupo – coeficientes técnicos e indicadores financeiros.

15 horas - Apresentação geral da planilha Amazonaf.

16 horas – Intervalo.

16h20 - Análise de sensibilidade e modelagem de SAFs.

 4º Dia

8h30 - Trabalho em equipe: Prognose dos possíveis impactos gerados pelo ambiente  e mercado nos resultados financeiros  dos SAFs.

10 horas – Intervalo.

10h20 - Apresentação final das equipes: Análise da viabilidade financeira dos SAFs.

11h45 – Encerramento