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Estado

O Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins nega as acusações de que o comandante-geral,  coronel Reginaldo Leandro da Silva e o sub-comandante geral, tenente coronel Carlos Eduardo de Souza Farias estariam sendo omissos em relação a denúncias de abuso e assédio sexual dentro da corporação.

Nesta sexta-feira, 14, o Corpo de Bombeiros emitiu nota direcionada à imprensa na qual diz que o comando não pode permitir que as denúncias sejam feitas de forma aleatória, sem “encaminhamentos legais” e que, neste caso, vítima e autor deveriam ser identificados. A nota diz ainda que as denúncias teriam caráter político, partindo de pessoas que teriam interesse em “atingir o comando geral” dos bombeiros.

A manifestação é uma resposta a um pedido protocolado no Ministério Público Estadual (MPE) na última quarta-feira, 12, pela Associação das Mulheres Policiais do Estado do Tocantins (AMPTO), que solicita o afastamento do comandante e sub-comandante. Segundo a denúncia, ao invés de investigar os casos de assédio na corporação, os gestores instauraram inquérito para investigar a Associação de Bombeiros Militar (ABM), que revelou as denúncias de abuso.

Segundo a associação, denúncias de assédio moral e sexual também envolveriam o alto comando da corporação. As vítimas, segundo a AMPTO, estariam com medo de se expor. Para a associação, o pedido de afastamento servirá como apoio para que as vítimas não se sintam inibidas e também para que se possa cessar os casos de abusos moral e sexual e a inércia da corporação em relação às investigações dos casos.

Resposta

Na resposta do comando, a corporação diz que tem total interesse em apurar as denúncias e diz que a situação é séria representando um grave risco, não cabendo, portanto, “pesquisa de WhatsApp com link que qualquer pessoa entraria e votaria quantas vezes quisesse”, diz a nota referindo-se à pesquisa realizada no mês de outubro que apontou que em torno de 11,5% do efetivo do Estado já sofreu assédio sexual no trabalho, a metade mulheres. 57% das entrevistadas responderam que já foram assediadas sexualmente na corporação. Ao todo, a porcentagem de mulheres que compõem os bombeiros no Estado é de 15%.

O assédio aconteceria via celular e também presencialmente. O assédio moral também seria um problema. Conforme os dados, 62,3% dos entrevistados afirmaram ter sido vítimas desse tipo de conduta, um total de 37,7% disse nunca ter sido assediados moralmente. A pesquisa, que ouviu 183 bombeiros de diversas localidades do Tocantins, foi motivada por denúncias de membros da própria instituição.

O Corpo de Bombeiros diz ainda na resposta que até o momento “não teve acesso aos dados desta enquete. Até a presente data não recebemos notificação de órgãos de controle externo a respeito do caso, nem tampouco, houve registro de denúncias junto aos órgãos internos.

Assim, reafirmamos o nosso compromisso em apurar com rigor as notícias de fatos ilícitos que cheguem ao nosso conhecimento”, finaliza.