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Saúde

Foto: Igor Flávio

Preocupados com a grande incidência de casos de dengue, zika e chikungunya na quadra Arso 32, o Centro de Saúde da Comunidade Professora Isabel Auler (Arso 23) contatou a Unidade de Vigilância e Controle de Zoonoses (UVCZ) para realizar um mutirão de visitas aos imóveis para eliminar possíveis focos e orientar os moradores quanto à prevenção. A mobilização que contou com cerca de 30 agentes de combate às endemias ocorreu na manhã desta quinta-feira, 10, ainda assim muitos imóveis estavam fechados.

“Há algum tempo acompanhamos essa quadra, onde temos um quantitativo elevado de casos e por isso estamos revendo a situação para unir forças com o Centro de Saúde e com a população nesse combate. Os agentes de endemias irão reportar quais os imóveis à venda ou para alugar para posteriormente entrarmos em contato com as imobiliárias responsáveis e fazermos vistoria, da mesma forma os abandonados onde faremos o ingresso forçado”, explicou o supervisor da UVCZ, José Luiz Peres.

A coordenadora do CSC, Lílian Vilela, reforçou que tem aumentado o número de moradores que chegam à unidade já com sintomas das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. “Muitos casos chegaram ao nosso centro de saúde já com sintomas clássicos de dengue, zika ou chikungunya e eram mais localizados nessa quadra específica, então entramos em contato com a UVCZ para fazer essa ação conjunta e minimizar os danos”, ressaltou a coordenadora.

Em meio às orientações dos agentes de combate às endemias, alguns relatos de pessoas que estão com dengue ou têm algum parente se recuperando da doença. Como o aposentado Célio Costa que começou a apresentar os sintomas no último domingo. “Fui para o pronto socorro, fiz exames e deu positivo. Tomei soro, estou meio febril, mas hoje estou melhor que os outros dias. Aqui a gente cuida direitinho do quintal, mas sabemos que nem todos têm esse cuidado”, relatou Costa.

A dona de casa Daniela Cruz está sempre atenta aos cuidados necessários em sua residência, mas relata que na vizinhança tem casas abandonadas e cheias de entulhos. “Aqui o cuidado é constante, mas mesmo assim minha neta teve dengue há quinze dias, chegou a ficar internada. Acredito que seja devido aos imóveis fechados”, ressaltou Daniela, lembrando que há 30 dias, os agentes de endemias já tinham passado em sua casa e alertado sobre o aumento de casos na região.

O piloto de avião Sérgio Maia tem piscina em casa, a qual limpa três vezes por semana, e tem também muitas plantas sempre bem cuidadas. “Percebi um aumento no número de mosquitos nesse último ano, como aqui a gente cuida direitinho, acredito que eles venham de outros imóveis”, disse Maia, pedindo ao agente para averiguar outros imóveis na vizinhança.

Maria Neusa Pereira, presidente da associação de moradores da quadra, e a professora Terezinha de Jesus Araújo que é membro do conselho de saúde local, acompanharam a mobilização dos agentes e esperam que os moradores tenham mais empenho no combate ao Aedes. “Já foram detectados muitos casos sérios e a gente vem batendo na mesma tecla: cuidado com os quintais e com os lotes baldios que as pessoas insistem em jogar entulhos que podem acumular água. Mas as pessoas só sabem que a dengue é coisa séria quando chega na sua casa”, alertou Neusa.

“Estamos tentando fazer com que os moradores se despertem em relação a importância de se educar, de ter consciência de que tem que cuidar e fazer de tudo pra se proteger e proteger os demais”, complementou Terezinha que mobilizou os moradores pelo grupo de Whatsapp da quadra para abrirem suas residências.