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Campo

Foto: Divulgação/Semarh

O plantio de três mil mudas nativas do cerrado (caju, ipê e baru) está sendo realizado em 25 hectares de uma área degradada na Fazenda Agropecuária Kehrle, no município de Brejinho de Nazaré, pelo Projeto Campo Sustentável, implantado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), com o objetivo de desenvolver a integração lavoura, pecuária e floresta. As mudas começaram a ser plantadas no início da semana e o plantio segue até a próxima sexta-feira, 25.

A integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) é a principal tônica do Projeto Campo Sustentável, que propicia a recuperação de áreas alteradas pelas atividades agropecuárias, como lavoura para pastagem da gado ou plantações de grãos. O projeto tem como objetivo implementar 50 hectares de ILPF em duas propriedades rurais selecionadas. Esta primeira etapa acontece na Fazenda Agropecuária  Kehrle como projeto piloto, e a segunda fase será realizada em propriedade que já sendo selecionada.

(Divulgação/Semarh)

O secretário da Semarh, Leonardo Cintra, pontua que o Projeto Campo Sustentável auxilia na recuperação de nascentes, acúmulo de carbono e recuperação do solo, por meio do plantio de espécies nativas do cerrado. “O Tocantins se destaca por sua produção agropecuária e temos que trabalhar para que essas atividades impactem o menos possível o meio ambiente. A ação que o Governo do Tocantins apresenta é para reduzir os impactos ambientais, com a eficiência dos recursos, como terra e insumos, melhoria na qualidade de solo e água e redução de uso de agrotóxicos”, afirmou Cintra.

A gestora da Fazenda Kehrle e veterinária, Aline Kehrle, defende que é possível sim desenvolver a pecuária em harmonia com a sustentabilidade. “Fui criada aqui na fazenda, sendo pecuária convencional, mas a preocupação com o meio ambiente surgiu quando estava fazendo doutorado na Alemanha e recebi um vídeo que apresentava a união da criação do gado com a recuperação ambiental. Isso era uma novidade para mim. Eu achei fantástica a ideia, então abandonei o doutorado e voltei para implantar as técnicas aqui há cinco anos”, disse. Desenvolver o Projeto Campo Sustentável, de acordo com Aline, vai ao encontro com as diretrizes adotadas na fazenda. “Temos de ser vanguardistas, abertos às novidades. E agora estamos trabalhando com algo diferente e que ainda não tínhamos realizado até então. E o projeto traz muito benefícios, pois pegamos uma área que estava um pouco mais degradada e vamos recuperar e contribuir com o meio ambiente”, afirmou.

Campo Sustentável

Elaborado para garantir a redução do desmatamento aliado ao desenvolvimento das cadeias produtivas sustentáveis, o projeto está dentro dos eixos trabalhados para a efetivação, no Tocantins, do Programa Jurisdicional de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD+), que visa assegurar e subsidiar programas de economia de baixo carbono, que diminuem as pressões de desmatamento e degradação e beneficiam as comunidades locais, considerando sempre as salvaguardas socioambientais. 

 (Divulgação/Semarh)

Parceiros

 A Semarh é a gestora do projeto, como captadora do recurso junto ao GCF (sigla em inglês para a Força Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas), um valor aproximado de U$ 372 mil (cerca de R$ 1,4 milhão de reais). O Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (IDESAM) é o gestor financeiro, conforme determina o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) – órgão vinculado à ONU selecionado para intermediar o repasse dos recursos aos estados por meio de instituições parceiras. As outras instituições envolvidas são o Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), que auxiliou na seleção da propriedade rural piloto, e a Embrapa, com amplo suporte técnico.