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Araguaína

Foto: Marcos Filho Sandes/Ascom

Numa casa de quatro cômodos, com piso queimado, sem reboque e que foi erguida com as próprias mãos vive o vendedor de algodão-doce que sensibilizou as redes sociais nesta semana. Casos de situação de vulnerabilidade como de Moisés Lacerda Santos, 51 anos, são acompanhados pela Prefeitura de Araguaína, que disponibiliza assistência para receber direitos sociais e alimentos.

Na última quarta-feira, 23, uma equipe da Assistência Social visitou o autônomo que foi fotografado enquanto pedalava pela Via Lago, levando o filho Samuel, de 9 anos, dentro de uma caixa de plástico na traseira da bicicleta. O encontro com Moisés serviu para explicar a ele sobre os direitos sociais que tem acesso por meio da Fundação de Atividade Comunitária (Funamc) e Cadastro Único.

Benefício social

Moisés conta que recebia benefício social por conta de lesões na mão e na coluna, até ser suspenso em 2005. Acreditando que precisaria pagar um advogado para reaver o auxílio, ele desistiu de procurar seus direitos. “A gente não tem condições de ir atrás disso”, afirmou em alusão à situação econômica vivida junto ao filho Raimundo, 25 anos, com quem mora e que também está desempregado.

De acordo com a assistente social do Programa de Benefício de Prestação Continuada, Fabiana Brandão, antes de tentar a recuperação do auxílio por via judicial, o vendedor deveria procurar a Secretaria da Assistência Social, localizada à Rua Humberto de Campos, nº 508, no Bairro São João, que dispõe de serviços para pessoas em vulnerabilidade.

“O Cadastro Único é a porta de entrada para todos os benefícios sociais. Basta que a população procure a secretaria e saber se está dentro dos critérios que recebem os benefícios”, explicou.

Auxílio garantido pela Prefeitura

O vendedor também irá receber uma cesta básica mensalmente até a regularização de seus auxílios e o filho Raimundo seja empregado. A alimentação é fornecida pela Prefeitura de Araguaína, por meio da Funamc.

Além da alimentação, também são oferecidos na fundação kit natalidade, passagens de ônibus, pagamentos de aluguel, água e energia, cesta verde com verduras e frutas, translado de corpos e doação de urnas funerárias, sendo sempre realizadas visitas aos moradores para constatar a vulnerabilidade social. Só no ano passado, foram mais de 3.000 atendimentos.

Desistir, jamais

Moisés disse sofrer com fortes dores nas costas, resultado de fraturas que sofreu ao cair do telhado. Mesmo assim, ele sabe que precisa colocar comida na mesa e então pedala do Monte Sinai, onde mora, até a Via Lago para vender algodão-doce.

“Vou sábado e no domingo, faço cara feia para ir, mas é um dia bom, não dá para faltar. Parece que minhas costas vão partir, eu fico doente. Descanso dois dias e retorno só na quarta-feira”, descreve sobre sua jornada.

O menino Samuel mora com a mãe em São Geraldo do Araguaia, e passa férias escolares e feriados em Araguaína para ficar perto do o pai. “O senhor Moisés sempre foi um pai presente, mesmo sem ter muitas posses”, afirmou Linda Maris, a agente de saúde que acompanha a família.