A deputada federal Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM/TO), uma das três mulheres entre os oito membros da bancada federal do Tocantins, assumiu a equidade de gêneros como uma de suas bandeiras prioritárias no Congresso Nacional. Em fevereiro foi nomeada coordenadora da Secretaria da Mulher na Câmara dos Deputados e está à frente dos trabalhos suprapartidários da bancada feminina na defesa dos projetos que ampliem e fortaleçam os direitos das mulheres no Brasil.
“O índice de mulheres com qualificação profissional é 6% maior que o de homens, nós estamos presentes em todas as esferas profissionais e contribuímos entre 30% a 70% no orçamento familiar. Esses são apenas alguns dos dados que mostram como as mulheres têm contribuição igual ou superior na sociedade enquanto pesquisas mostram que a realidade da mulher brasileira está permeada por rebaixamento salarial, assédio e violência”, afirmou.
Entre todas as atividades da Secretaria, a violência física é a questão prioritária. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgou em janeiro que 27,4% das mulheres brasileiras a partir dos 16 anos sofreram algum tipo de violência nos últimos 12 meses e 37,1% foram vítimas de assédio sexual. No Tocantins, nos dois primeiros meses do ano, o Tribunal de Justiça registrou 150 casos de agressão contra mulheres, quase o dobro do registrado no mesmo período do ano passado.
Dorinha acredita que um dos fatores do aumento dos índices é o crescimento das denúncias e mais do que nunca as mulheres precisam de apoio. “Inúmeros casos não são oficializados porque as mulheres não se sentem seguras para denunciar e a subnotificação encobriu a verdadeira face da violência contra a mulher. Acredito que a ampliação do acesso à informação nos últimos anos está encorajando mais mulheres a expor a gravidade da situação no Brasil. É urgente que o poder público amplie a rede de apoio para fortalecer a cultura da denúncia”, afirmou.
A deputada defende que é preciso descentralizar as políticas públicas de combate à violência. “Não passamos um dia sem termos notícias de agressões graves contra mulheres, por meio da mídia ou relatos de pessoas próximas. É um pedido de socorro que não pode mais ser tratado como um problema pontual e passar a ser prioridade nas políticas públicas de educação, saúde, assistência social, segurança e justiça”, afirmou.
Força política no Congresso
A Secretaria da Mulher trabalha para ampliar os mecanismos de defesa dos direitos das mulheres em todas as esferas, a começar pelo Congresso Nacional. O Brasil está em último lugar na América Latina em igualdade na política e na 152ª posição entre 190 países, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para a deputada a união da bancada feminina em torno de uma pauta comum é imprescindível para mudar a realidade das mulheres do Brasil.
“Quando colocamos em pauta nos diversos espaços de debate as situações vivenciadas pelas mulheres é comum ouvirmos piadas, minimização dos fatos e negligência sobre a situação das mulheres no país. Nessa legislatura tivemos um aumento de 15% na bancada feminina, ainda é muito pouco, mas sem dúvida e um momento propício para ampliarmos a voz, combatermos o preconceito institucional e conseguimos a aprovação de importantes projetos”, finalizou Dorinha.