Técnicos da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros Militar, Agência Tocantinense de Saneamento (ATS) e Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) informaram, durante reunião nesta quarta-feira, 27, no Palácio Araguaia, que as barragens do Tocantins não oferecem risco à população.
Na reunião, cada órgão apresentou o que vem fazendo para a prevenção de acidentes. Dois casos foram registrados recentemente nos municípios de Bandeirantes do Tocantins e Santa Rosa, mas não deixaram vítimas, apenas pequenos danos materiais. As causas estão sendo investigadas pelos órgãos responsáveis.
De acordo com o Naturatins, os técnicos do órgão realizam avaliações e estabelecem critérios para definir os planos de ações de vistorias, fiscalizações, inspeções, bem como as prioridades das barragens quanto ao seu nível de classificação de dano potencial e critérios de risco nas 670 barragens cadastradas no Instituto.
“As barragens com classificação de dano potencial e critério de risco alto são as barragens prioritárias nas ações imediatas do Naturatins. Já as barragens do município de Bandeirantes e de Santa Rosa são barragens consideradas pequenas, com dano potencial e critério de risco classificados como baixo e pequeno impacto”, informou Felipe Mansur Pimpão, secretário-geral do Naturatins.
“Diante dos recentes acontecimentos, o Naturatins já enviou uma equipe de técnicos de fiscalização e inspeção para realizar o levantamento das estruturas afetadas, bem como do entorno dos empreendimentos. No caso da identificação de possíveis danos ao meio ambiente, serão tomadas as medidas cabíveis”, complementou Felipe.
Defesa Civil está à disposição dos municípios
Presente na reunião, o superintendente da Coordenação Estadual de Proteção da Defesa Civil, tenente coronel Geraldo da Conceição Primo, afirmou que a Defesa Civil foi atuante nos serviços prestados nos casos envolvendo os municípios de Bandeirantes e Santa Rosa.
“Nós temos monitorado as barragens de risco por meio das Defesas Civis municipais e das nossas regionais. Nossa equipe deu apoio e verificou que tanto no caso de Bandeirantes quanto no de Santa Rosa, que foram casos pequenos, não trouxeram nenhum dano humano”, disse.
O superintendente da Defesa Civil também rechaçou uma imagem de satélite veiculada pela imprensa, mostrando que a barragem de Cangas, no município de Santa Rosa, corre o risco de rompimento e atingir uma área onde vivem cerca de 200 famílias. “Não há esse risco, já que a cidade fica no alto e a barragem na região baixa. É improvável que a água consiga inundar uma área que está acima dela”, explicou.
Conforme Geraldo, a Defesa Civil do Tocantins está à disposição para auxiliar os municípios em seus planos de contingência e também para continuar os monitoramentos por meio dos serviços que são de competência da sua área de atuação.
Pequenas Barragens têm função social
A Agência Tocantinense de Saneamento é a responsável pela execução do programa Água para Todos que visa diminuir os efeitos da forte seca que atinge a região sudeste do Estado durante mais da metade do ano. Por meio dessa ação, pequenas barragens são construídas beneficiando milhares de famílias.
De acordo com Sávio Luiz dos Santos Praxedes, gerente de Obras e Fiscalização da ATS, o programa prevê a construção de 135 pequenas barragens em 27 municípios, sendo que destas 78 já foram executadas.
“A água dessas pequenas barragens e cisternas garante as comunidades rurais água para o uso de animais e plantações, minimizando a severa estiagem que castiga o Tocantins todos os anos. É preciso lembrar que as barragens são certificadas e as empresas que as constroem tem a obrigação de fazer manutenção durante um período de cinco anos”, concluiu.
“O sangradouro está em perfeito funcionamento e está drenando toda a água do excesso das chuvas. A barragem encontra-se em perfeito estado de conservação, sendo necessários reparos na estrutura de drenagem da crista da barragem (meio fio, sarjeta e descida de água). A empresa que construiu a barragem já foi notificada do ocorrido e vamos providenciar a reparação das avarias encontradas o mais rápido possível. A população de Santa Rosa pode ficar tranquila porque as chances de rompimento são mínimas”, esclareceu Sávio.
“A ATS afirma que não há moradores na jusante da barragem, isto é, abaixo da barragem. Outro aspecto a ser destacado é que a residência mais próxima do córrego Cangas encontra-se a 200 metros, com uma diferença de nível de 10 metros em relação ao nível do córrego. Portanto, sem a mínima possibilidade de atingir moradias em um possível rompimento. A ATS já está tomando todas as medidas judiciais cabíveis para responsabilização da empresa responsável pela barragem”, concluiu o gerente.