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Campo

Foto: Aldemar Ribeiro

O Governo do Tocantins, por meio da parceria com o Banco Mundial e o Programa de Desenvolvimento, Integrado e Sustentável (PDRIS), entregará em 60 dias, 40 conjuntos motobombas revitalizados aos produtores do Projeto de Irrigação São João. As bombas estão distribuídas em nove estações, sendo uma destas a matriz, que é o coração do projeto e alimenta as demais por meio da água captada do Lago da Usina Hidrelétrica Luís Eduardo Magalhães e distribuída por mais de 11 km de canais de irrigação.

Segundo o superintendente de Irrigação e Drenagem da Secretaria de Estado da Infraestrutura, Cidades e Habitação (Seinf), Marcus Carlos Costa, 82% do serviço já foi concluído e está sendo feito de forma gradual para que não haja prejuízo aos produtores.

“As bombas são retiradas aos poucos. Enquanto umas estão fora de funcionamento para reparos, outras continuam a atender a comunidade do São João e conseguem suprir essa necessidade. Hoje, temos 36 bombas já revitalizadas, e somente quatro em andamento neste processo”, disse o superintendente.

O contrato entre o Governo e a empresa responsável, Hidrodinâmica Comercial Técnica Ltda, foi assinado em setembro de 2018, com vigência de 180 dias a partir da Ordem de Serviço. Com o investimento de R$ 4,9 milhões, a revitalização do serviço de bombeamento de água inclui peças de reposição para os conjuntos de motobombas, motores e de inversores de frequência, soft starter, cabos e acessórios elétricos, além da prestação de serviços de instalação das demais peças, jateamento, rebobinamento e pinturas.

O presidente do Distrito de Irrigação São João, Gustavo Castelo Branco, ressaltou a carência do projeto e o respaldo que conseguiram nesta nova Gestão, na qual as reformas das bombas amenizaram a insegurança hídrica que há tempos era uma das principais reclamações dos produtores.

“O mais importante hoje é que a obra está sendo concluída e podemos ficar mais tranquilos quanto ao fornecimento de água. Agora, estamos aguardando outros dois contratos em andamento que só tem a acrescentar para o desenvolvimento do projeto, que é a ordem de serviço de comercialização e outro de gestão do perímetro para futuramente nós mesmos termos condições de gerir a nossa área”, explicou Gustavo.

Marcos Ribeiro, produtor na Chácara Tucunaré, acredita que o distrito tem condições de emancipar e desenvolver com menos responsabilidade do Estado, após as ações de investimento do PDRIS. “Recebemos pessoalmente aqui o diretor do Banco Mundial, Martin Raiser, e o gerente de Projetos, Satoshi Ogita, e eles, assim como nós, acreditam que podemos oferecer algo a mais para o Estado. O que falta aqui ainda é conhecimento, e acredito que as outras ações do projeto possam melhorar nossa situação. Não temos condições de gerir aqui totalmente, mais gradativamente vamos pegando sempre uma responsabilidade a mais até conseguirmos atingir esse objetivo”, contou Marcos Ribeiro.

Iniciado como ação de responsabilidade da Secretaria de Estado da Fazenda e do Planejamento (Sefaz), o projeto hoje é de responsabilidade da Seinf, que aguarda a entrega técnica da empresa Hidrodinâmica para o Estado e para o distrito. Logo após, o sistema será operacionalizado de forma gradativa, com a participação de ambas as partes, tendo maior efetividade do distrito de irrigação, que é formado pelos próprios produtores.

Ações no Projeto de Irrigação São João

(Foto: Aldemar Ribeiro)

Além da revitalização das bombas de água para serem entregues em 60 dias, o Governo assinou também nesta terça-feira, 2, com a Fahma Planejamento e Engenharia, o contrato de comercialização que apoia e orienta os produtores na venda da produção do perímetro público de irrigação do São João.

Outros dois contratos também estão dentro do plano de execução do PDRIS, que é a consultoria de gestão integrada que irá capacitar os pequenos, médios ou grandes produtores para melhor administrar sua própria área levando em consideração as suas necessidades. Em seguida, em um aspecto ambiental, o Projeto São João ainda receberá um estudo piloto, por meio de ensaios ecotoxicológicos, para avaliação de risco de contaminação de agrotóxicos no perímetro do São João, ou se houve qualquer intervenção nos mais de 3.000 hectares.

O superintendente de Irrigação e Drenagem, Marcus Carlos, diz que o objetivo do Estado é deixar o projeto produzindo na sua totalidade e oferecer condições aos produtores para que futuramente eles possam se emancipar.

Sobre o Projeto

 (Foto: Aldemar Ribeiro)

O Projeto de Irrigação São João é localizado no município de Porto Nacional, com uma distância de 25 km de Palmas. Iniciado no ano de 2001, o projeto compreende uma área de 3.654 hectares com infraestrutura de irrigação que possui a produção de hortifrutigranjeiros e frutas em 326 lotes de pequenos produtores e 37 lotes empresariais.

O potencial de produção do projeto chega a 40 toneladas de alimentos por hectare. Atualmente, somente 1.000 hectares possuem a cultura de cultivo por meio de abacaxi, banana, maracujá, manga, melancia e mandioca.

No solo tocantinense, as frutas podem ser cultivadas praticamente o ano todo. Por isso, a produção tem crescido, com destaque para o abacaxi, banana e melancia.

Os produtores do projeto abastecem o mercado de Palmas e de outras capitais de estados e alguns ainda exportam para outros países. Com investimentos no projeto, o Estado ainda gera emprego, renda e consumo, proveniente do desenvolvimento da cultura do cultivo.