O pombo reproduz até uma dúzia de filhotes por ano e não possui predador em zona urbana. Somado à disponibilidade de refúgio e alimentos, as aves têm descontrole populacional, sendo comum em praças e feiras. O motivo da aglomeração nesses locais é a doação de alimentos e a falta de limpeza que possibilita que se sirvam dos restos. O que as pessoas não sabem, é que estão contribuindo para surgimento de doenças causadas por suas fezes, piolhos e penas.
De acordo com a médica veterinária Luciana Coelho Gomes, do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), as fezes dos pombos são uma ameaça à saúde do homem. “Criptococose é transmitida por fungos encontrados nos excrementos da ave. A doença causa inflamação no cérebro, uma meningite”. Além da enfermidade citada, os fungos acarretam em doenças respiratórias, como a Histoplasmose, uma infecção pulmonar.
Já a ingestão de alimentos que tiveram contato com o pombo pode causar Salmonelose, uma infeção sintomática por bactérias do tipo Salmonella. “Os sintomas mais comuns são diarreia, febre, cólicas abdominais e vômitos”, alerta a médica veterinária do CCZ. E o contato com penas e piolhos que vivem nos ninhos e se alimentam do sangue das aves podem causar alergias na pele.
Prevenção e controle
Segundo o superintendente de Vigilância em Saúde do Município, Eduardo de Freitas, tudo isso pode ser minimizado não fornecendo alimentos aos pássaros, e também retirando os ninhos que estejam sem filhotes e ovos.
“Nós vamos realizar orientações para diminuir a incidência dos pombos. Começando pelo Mercado Municipal, onde as aves ganham alimentos e também se alimentam dos restos. É preciso deixar que eles procurem os próprios alimentos”, orientou Freitas.
Matar não resolve o caso
Os ninhos que possuírem ovos e filhos não devem ser deslocados. Segundo a Lei nº 9605/98, os pombos são considerados domésticos, levando assim qualquer ação de controle que provoque a morte, danos físicos, maus tratos e apreensão, passível de pena de reclusão inafiançável de até cinco anos.
Cuidados na limpeza
Para fazer a limpeza das fezes é importante umedecê-las com água sanitária. Além de combater o fungo, molhar o excremento evita que ele seja pulverizado no ar ao passar a vassoura. É importante também se proteger com um pano enrolado no rosto ou uma mascará respiratória. A higienização livra o local de doenças e manchas causadas pela acidez da amônia contida.
A retirada dos ninhos deve ter o mesmo cuidado com o sistema respiratório e ainda atenção com o contato da pele. Deve-se usar luvas e colocar o ninho dentro de uma sacola plástica, sendo bem amarrada e descartada para coleta de lixo doméstico. Os emaranhados feitos pelos pássaros e suas penas são grandes responsável pelos entupimentos dos ralos e calhas.