Uma das comemorações tradicionais no povo Krahô foi realizada na última semana, entre os dias 17 e 19 de abril, na Aldeia Manoel Alves, a cerca de 300 km de Palmas. A Agência do Desenvolvimento do Turismo, Cultura e Economia Criativa (Adetuc) foi convidada a participar do evento, sendo representada pelo superintendente de desenvolvimento da Cultura, Sebastião Vieira e Melo.
A Festa da Lontra e do Peixe é a encenação de uma das mitologias do povo Krahô, relatando a relação humana com os animais e a natureza. Ao longo da comemoração há cantos, danças e comidas típicas como o paparuto, feito à base de mandioca e carne.
Festa da Lontra e do Peixe (Foto: Emerson Silva - Governo do Tocantins)Etnoturismo
A festa contou com a participação de representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da empresa Tekoá, que está em processo de desenvolvimento do projeto “Vivência Tribal das Aldeias Krahô”, que visa organizar vivências com o objetivo de um maior contato com as culturas tradicionais.
Vieira de Melo ainda participou de uma oitiva com a comunidade indígena e a Funai sobre etnoturismo. “Fomos muito bem recebidos, ouvimos a comunidade em uma roda de conversa, ouvimos também a Funai e o relato da empresa e sua experiência com o povo Krahô”, conta o superintendente, reiterando que a equipe da Adetuc encontrou um povo receptivo, caloroso e que receberá todo o apoio do Governo do Estado. “Eles querem receber os turistas, falta acertar alguns detalhes e para isso haverá novos encontros entre as lideranças indígenas, a Funai, a empresa e nós estaremos presentes sempre que formos convidados”, completa.
Povo Krahô
Festa da Lontra e do Peixe (Foto: Emerson Silva - Governo do Tocantins)Pouco mais de 2 mil indígenas da etinia Krahô vivem no nordeste do Estado do Tocantins, na Terra Indígena Kraolândia, situada nos municípios de Goiatins e Itacajá. Fica entre os rios Manoel Alves Grande e Manoel Alves Pequeno, afluentes da margem direita do Tocantins. O cerrado predomina, cortado por estreitas florestas que acompanham os cursos d’água.
Os Krahô chamam a si próprios de Mehim, um termo que no passado era provavelmente também aplicado aos membros dos demais povos falantes de sua língua e que viviam conforme a mesma cultura, os Timbira. Sai língua é o Timbira Oriental, idioma da família linguística Macro-Je.