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Saúde

Pesquisa conta com o assessoramento do professor e pesquisador da Universidade Federal do Mato Grosso, Jackson Rogerio Barbosa

Pesquisa conta com o assessoramento do professor e pesquisador da Universidade Federal do Mato Grosso, Jackson Rogerio Barbosa Foto: Nielcem Fernandes

Foto: Nielcem Fernandes Pesquisa conta com o assessoramento do professor e pesquisador da Universidade Federal do Mato Grosso, Jackson Rogerio Barbosa Pesquisa conta com o assessoramento do professor e pesquisador da Universidade Federal do Mato Grosso, Jackson Rogerio Barbosa

A Secretaria de Estado da Saúde, por meio da Diretoria de Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador, está implantando as ações do Plano Estadual de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos do Estado do Tocantins. Com isso além das ações já previstas no plano, será uma pesquisa que visa relacionar Câncer e Agrotóxico.

A pesquisa conta com o assessoramento do professor e pesquisador da Universidade Federal do Mato Grosso, Jackson Rogerio Barbosa. Jackson é formado em Farmácia pela Universidade Federal do Paraná (1986), tem Pós-graduação em Saúde Pública, Vigilância Sanitária e Controle de Infecção hospitalar, e Mestrado em Saúde Coletiva pela UFMT (2016).

O pesquisador explicou que a mesma observação está sendo realizada no Mato Grosso, e que aqui no Tocantins, além da Vigilância em Saúde, o trabalho tem parceria com a Universidade Federal do Tocantins (UFT), Instituto Federal do Tocantins (IFTO) e associação dos Biólogos. “A ideia é começar a entender e comprovar que as pessoas que moram nas regiões que tem produção agrícola químico dependente, elas estão expostas e podem desenvolver câncer”, disse.

Jackson ressaltou a importância do trabalho que está sendo desenvolvido no Estado. “Estamos fazendo um trabalho com o Estado do Tocantins há mais ou menos dois anos, sendo importante salientar que a Vigilância do Estado do Tocantins é uma das poucas que está realmente preocupada com os impactos dos agrotóxicos na saúde. Esses impactos nem sempre são imediatos, como efeitos de intoxicações agudas. Mas o maior impacto desses produtos é a médio e longo e prazo, que são as intoxicações crônicas, e aí nessas intoxicações crônicas, aparecem os mais variáveis tipos de doenças e danos ambientais,  nós não podemos pensar apenas no ser humano , esse tipo de produto tem um impacto muito grande no ambiente, e alguns pesquisadores dizem que os danos podem ser irreparáveis, principalmente no solo que é uma área em que se depositam grande parte desse resíduo, dispersado pela produção agrícola”, pontuou.

A pesquisa foi será iniciada neste ano de 2019 e levantará a incidência nos casos de câncer nos últimos 5 a 10 anos. “Vamos levantar de onde essas pessoas eram e que elas faziam, isso para começarmos a fazer uma correlação, que já existe. Segundo a Organização Mundial da Saúde onde existe a produção agrícola com uso de agrotóxicos, há incidência de câncer e os casos novos de câncer são maiores”, afirmou.

Escapar da exposição aos agrotóxicos não é uma possibilidade, como alertou o professor. “São três tipos de contaminação, uma é pelo ar, outra pela água e a terceira alimento, e aqui em Palmas os três vetores, em alguma proporção, estão contaminados, por isso precisamos estar atentos e intensificar as ações de utilização dos agrotóxicos”.

Plano de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos 

O Plano Estadual de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos do Estado do Tocantins foi elaborado em 2013 e vem como uma estratégia para o desenvolvimento das ações de vigilância visando adotar medidas de promoção da saúde, prevenção e atenção integral das populações expostas a agrotóxicos, conforme preconizado pelo Sistema Único de Saúde.

A Secretaria da Saúde do Estado do Tocantins vem desenvolvendo uma série de atividades intra e intersetorial, no sentido de identificar, avaliar e minimizar os riscos à saúde dos seres humanos produzidos pelo uso crescente de agrotóxicos.