Conexão Tocantins - O Brasil que se encontra aqui é visto pelo mundo
Meio Ambiente

Naturatins emitiu 557 autorizações para exploração florestal em uma única edição do Diário Oficial do Estado

Naturatins emitiu 557 autorizações para exploração florestal em uma única edição do Diário Oficial do Estado Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Naturatins emitiu 557 autorizações para exploração florestal em uma única edição do Diário Oficial do Estado Naturatins emitiu 557 autorizações para exploração florestal em uma única edição do Diário Oficial do Estado

O Ministério Público do Tocantins (MPTO) instaurou, nesta segunda-feira, 5, procedimento para investigar a concessão de licenças para desmatamento emitidas pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins). O objetivo verificar se as autorizações foram precedidas da análise de regularidade ambiental das respectivas propriedades rurais.

A iniciativa do Ministério Público ocorre após matéria jornalística que noticiou a publicação de 557 autorizações para exploração florestal em uma única edição do Diário Oficial do Estado, datada de 2 de agosto deste ano.

A portaria de instauração do procedimento investigativo do MPTO relaciona a quantidade elevada de licenças para desmatamento ao fato de que o Naturatins tem reconhecido sua própria omissão em analisar as informações sobre as áreas ambientalmente protegidas localizadas nas propriedades rurais tocantinenses. 

Em procedimentos instaurados e ações judiciais propostas pelo Ministério Público, o Naturatins tem apresentado a justificativa de que não dispõe de condições de pessoal e administrativa para a análise desses dados ambientais.

As informações sobre as áreas protegidas dos imóveis rurais do Estado encontram-se nos Cadastros Ambientais Rurais (CARs). Aproximadamente 70 mil CARs foram lançados via sistema informatizado nos últimos anos, sendo que nem 10% desse total chegou a ser analisado pelo órgão estadual de defesa do meio ambiente. Nessa análise, podem ser verificados os possíveis desmatamentos ilícitos.

O Ministério Público também considera que existem indícios de que inúmeras licenças e autorizações para atividades agroindustriais, principalmente desmatamentos e captações de água, foram emitidas anteriormente pelo Naturatins sem a análise do Cadastro Ambiental Rural. 

O procedimento de investigação foi instaurado pelo promotor de Justiça, Francisco Brandes Júnior, titular da Promotoria de Justiça Regional Ambiental da Bacia do Alto e Médio Araguaia.