Aberta para visitação, o Instituto de Gestão Previdenciária do Estado do Tocantins (Igeprev-TO) recebe a exposição “Desatando Nós”, no período de 18 de setembro a 08 de outubro, das 8h às 18h, no hall de entrada da recepção do Instituto.
Trata de uma mostra fotográfica que reúne 22 fotos de mulheres assistidas pela Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO) e que retrata histórias de superação da violência doméstica sofrida por essas mulheres, além do medo, preconceito e a baixa autoestima.
Para a Mônica Negrão consultora de vendas foi um desafio participar da mostra fotográfica. “Foi um momento único, extraordinário, um sonho. Graças ao apoio recebido, hoje somos mulheres empoderadas, porque foi um trabalho de dentro pra fora, onde tivemos todo apoio da equipe do Núcleo da Mulher para superar os nossos traumas,” enfatiza a consultora.
Já para a aposentada Divina Helena foi uma experiência única. “Estou me sentindo linda, livre. Participar da exposição é o marco para uma nova vida. Eu estava muito debilitada, muito doente e fui motivada a buscar a minha recuperação e um olhar diferente para os meus problemas, para a minha vida,” conclui Divina Helena.
“Estou surpresa e emocionada,” relata a assistente social Marciléia Gomes. “É uma grande responsabilidade o que estamos fazendo. Temos que falar e gritar. Não podemos calar diante da violência, seja ela qual for e em qualquer circunstância,” salienta a assistente social.
Segundo a dona de casa, Francisca Fernandes, a exposição foi um marco de histórias de luta e superação. “Somos mulheres que sofreram muito, mas que venceram,” lembra Francisca Fernandes.
“Se sentir linda e elevar a autoestima é como viver novamente,” conta a diarista Luziene Pereira. “É um momento diferente, nunca tinha me imaginado modelo. Ainda estou sem acreditar que participei de um momento tão especial. Foi batalha importante, mas hoje todas nós podemos dizer com muito orgulho que vencemos,” destaca Luzinete Pereira.
A exposição é uma realização da Defensoria Pública do Estado do Tocantins, por meio do Núcleo Especializado em Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem) e conta com a parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-TO).
Para a repórter-fotográfica da DPE-TO e autora das fotos da exposição “Desatando nós, Loise Maria, essa exposição foi uma experiência incrível que levará para o resto da vida. “Foi por meio do registro fotográfico, a cada clique, que eu consegui sentir o que estava presente na alma dessas mulheres”. Uma vivência intensa de empatia. Eu só consigo sentir gratidão por esta troca”, salienta Loise Maria.
Em apoio à temática abordada na exposição, o Igeprev realizará no dia 27, às 10h30, no auditório do Instituto, uma palestra com a participação da defensora pública e coordenadora do Núcleo de Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem) Franciana Di Fátima Cardoso e a ginecologista e obstetra Francielle Batista, para todos os servidores do Órgão.
De acordo com a supervisora da exposição e coordenadora do Nudem da defensora pública Franciana Di Fátima Cardoso é de extrema importância levar temas como esse para à sociedade através da arte, que trás o debate e a discussão sobre a violência contra as mulheres. “Desatar Nós para o fim da violência contra as mulheres é uma responsabilidade de todos e de todas nós. É isso que queremos mostrar e conscientizar,” ressalta a defensora pública Franciana Di Fátima.
“Durante esses meses em que se comemora a luta pela vida com o Setembro Amarelo e o Outubro Rosa voltamos às atenções para os cuidados com a saúde feminina, o combate à depressão, ao suicídio e ao câncer, é necessário que nós tenhamos uma atenção especial com as mulheres, no que diz respeito à parte emocional,” alerta a ginecologista e obstetra Francielle Batista.
“Os traumas ficam guardados na alma das mulheres e isso vai refletir ao longo da vida, principalmente no seu sistema imunológico favorecendo problemas de saúde, dos mais simples aos mais graves, que podem ser manifestações desde alergia, alterações com a queda de cabelo, nível de tireoide, e por último até alterações mais graves como a depressão, tentativa de suicídio e ainda o acometimento do câncer,” enfatiza a médica e especialista Francielle Batista.
“Por isso chamo a atenção, para que as mulheres procurem ajuda médica sempre que se fizer necessário. Agressão seja ela qual for atinge desde a saúde emocional até problemas mais graves de saúde. Cuidem-se e digam não a violência física ou psicológica,” reforça a ginecologista e obstetra.
Para o presidente do Igeprev, Sharlles Fernando Bezerra Lima, apoiar um tema com tamanha relevância é também falar de superação, para essas mulheres que lutam diuturnamente contra as adversidades.
“As instituições têm que prestar total apoio a causas como essa, pois ajuda à comunicar às pessoas, especialmente àquelas que são vítimas ocultas, para as diversas formas de superar as dificuldades da vida, por isso abrimos nosso espaço para que essa causa possa ter o maior alcance possível,” conclui Sharlles Fernando.