O ex-governador Marcelo Miranda (MDB) chegou por volta de 12h30 em Palmas, conduzido por agentes da Polícia Federal em um avião descaracterizado. Do aeroporto, Miranda foi levado para a sede da Polícia Federal, onde deverá prestar depoimento na tarde desta quinta-feira, 26.
Em Palmas, Miranda ficará preso na sala de estado maior do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, conforme determinação do juiz federal João Paulo Abe. “Com o escopo de assegurar sua segurança e integridade física, determino seu recolhimento em Sala do Estado Maior, a ser indicada pelo Comando-Geral da Polícia Militar do Estado do Tocantins, na qual o acusado deverá permanecer custodiado pelo período que perdurar sua prisão preventiva”, assinalou o juiz.
Uma vez preso, o ex-governador não poderá se ausentar, sob pena de responsabilização das autoridades responsáveis por sua custódia. Mesmo não ocupando nenhum cargo eletivo atualmente, na decisão, o juiz considerou o cargo de governador já ocupado por Marcelo Miranda para determinar seu recolhimento em cela especial.
Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos na manhã desta quinta-feira, 26, em endereços da família Miranda. A justiça já determinou que o conteúdo encontrado em mídias, aparelhos eletrônicos e celulares e equipamentos de informática, pendrives, discos rígidos e outros, deverão ser acessados e analisados pela Polícia Federal e Ministério Público Federal.
O juiz determinou ainda o afastamento do sigilo fiscal e bancário de Marcelo Miranda; José Edmar Brito Miranda, seu pai; e de José Edmar Brito Miranda Júnior, irmão de Marcelo, no período de janeiro de 2005 até agosto de 2019. O sigilo fiscal de empresas.
A prisão de Miranda, seu pai e irmão, foi um pedido do Ministério Público Federal no Tocantins. Na fundamentação do pedido, a Procuradoria da República afirmou que “em todas as suas passagens à frente do Estado do Tocantins, Marcelo De Carvalho Miranda foi alvo de investigações por atos de corrupção, salientando que, de maneira imediata, seu pai José Edmar De Brito Miranda, e seu irmão, José Edmar Brito Miranda Júnior, funcionaram sempre como pontos de sustentação de um esquema orgânico para a prática de atos de corrupção, fraudes em licitações, desvios de recursos, recebimento de vantagens indevidas, falsificação de documentos e lavagem de capitais, cujo desiderato era a acumulação criminosa de riquezas para o núcleo familiar como um todo”. Marcelo Miranda governo o estado entre os anos de 2003 a 2006, sendo reeleito para um segundo mandato consecutivo, que não foi cumprido devido à sua cassação em 2009. Posteriormente, Miranda voltou a governar o estado no ano de 2015, sendo cassado novamente em 2018.