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Foto: Divulgação

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A Síntese de Indicadores Sociais (SIS) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 6, mostra que no Tocantins, cerca de 102 mil pessoas vivem abaixo da linha de extrema pobreza. De 2017 para 2018, houve aumento de 5,3% para 6,6% no percentual, o equivalente a 21 mil pessoas entrando nessa condição. Esse também é o maior patamar registrado dos últimos sete anos analisados. Conforme classificação adotada pelo Banco Mundial, pessoas com rendimentos inferiores a US$ 1,90 PPC (Paridade de Poder de Compra) por dia, ou seja, cerca de R$ 143 por mês, são considerados extremamente pobres.

Ao longo da série histórica, a trajetória do indicador de extrema pobreza oscilou. Entre 2012 a 2013, houve aumento de 0,6 ponto percentual na proporção de pessoas com rendimento inferior a US$ 1,90 PPC, que chegou a 6,2%. Em 2014, o índice caiu passando para 5,1%. Entre 2014 e 2016, no entanto, houve aumento de 0,7 ponto percentual nessa proporção. Em 2017, ele volta a cair 0,5 ponto e cresce novamente em 2018 chegando ao maior patamar.

No cenário nacional, o índice está acima da média Brasil, mas foi o segundo mais brando da região Norte. O Acre, foi o Estado que apresentou a maior taxa de população vivendo em condição de extrema pobreza, 14,4%. Entre todos os Estados do país, Tocantins é o 15º com a maior proporção.

Pobreza

Conforme o estudo, 31,5% da população tocantinense possuem rendimentos inferiores a US$ 5,50 PPC por dia, o equivalente a R$ 415,00 mensais. Isso representa que cerca de 486 mil pessoas vivem abaixo da linha de pobreza. De 2017 para 2018, como mostra a série histórica, houve redução de 0,7 ponto percentual neste índice, o equivalente a 4 mil pessoas saindo dessa condição.

A pobreza também implica em menor acesso aos serviços básicos: em média, 70,2% dos tocantinenses moram em domicílios com restrição de saneamento (coleta de lixo, esgoto e abastecimento de água); 27,2% não tem acesso à internet; 13,3 % vivem em condições restritas de moradia (sem banheiro exclusivo, com paredes construídas com materiais não duráveis, com adensamento excessivo ou com ônus excessivo com aluguel); e 29,8% com restrição de acesso à educação. Entram nesta proporção: crianças e adolescentes de 6 a 14 anos que não frequentavam a escola, pessoas de 15 anos ou mais analfabetas e pessoas de 16 anos ou mais que não possuíam Ensino Fundamental completo.

Em relação ao rendimento, 68,2% das famílias tocantinenses ganham em média, por pessoa, até um salário mínimo. Na outra ponta, apenas 2,4% dos domicílios do Estado possui renda per capita de mais de cinco salários mínimos. Comparado a 2017, o índice de famílias com baixo rendimento ficou praticamente estável, já com os maiores rendimentos aumentou 0,8%.

Desigualdade Social

Levando em consideração estes dados, a desigualdade social também aumentou no Tocantins. O Índice de Gini, usado para mensurar essa diferença econômica passou de 0,497 em 2017 para 0,528 em 2018. Em Palmas, saiu de 0,532 para 0,562. Isso significa que quanto mais perto de zero, maior é a igualdade de renda entre a população, ou seja, quanto menor o indicador, menor é a desigualdade social e mais próxima é a renda dos mais pobres em relação aos mais ricos. Quanto mais perto de um, maior é a desigualdade de renda entre a população.

Comparando com os demais Estados da Região Norte, Tocantins tem o segundo melhor índice de igualdade de renda, perdendo apenas para Rondônia (0,497). Entre as Capitais, Palmas não apresenta resultado positivo, pois ao contrário do Estado é a segunda com o maior índice de desigualdade social. Já no ranking nacional, Tocantins ocupa a 12ª colocação em relação a melhor distribuição de renda, e Palmas a 19ª posição.

Síntese de Indicadores Sociais

Analisa a qualidade de vida e os níveis de bem-estar das pessoas, famílias e grupos populacionais, a efetivação de direitos humanos e sociais, bem como o acesso a diferentes serviços, bens e oportunidades, por meio de indicadores que visam contemplar a heterogeneidade da sociedade brasileira sob a perspectiva das desigualdades sociais.

A Síntese de Indicadores Sociais teve início em 1998. Ao longo de sua existência, o estudo tem procurado abarcar uma série de informações essenciais para o mapeamento das desigualdades e seus efeitos sobre a realidade social brasileira, com vistas não só à incorporação de assuntos atuais e relevantes para as políticas públicas, como também ao aprofundamento das análises a partir do eixo das desigualdades de gênero, cor ou raça e grupos de idade.

A periodicidade do estudo é anual, exceto nos anos de realização do Censo Demográfico. Sua abrangência geográfica é nacional, com resultados divulgados para Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação, Regiões Metropolitanas e Municípios das Capitais. (Ascom IBGE)