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Educação

Cerca de 23,5% de jovens de 15 a 29 anos do Tocantins não estavam estudando nem estavam ocupados no mercado de trabalho em 2018, o que equivale a 88 mil pessoas desde grupo etário. Essa proporção é a segunda menor entre os estados das regiões Norte e Nordeste e a 12º no ranking nacional.

A informação é um dos resultados da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo que tem periodicidade anual, exceto nos anos de realização do Censo Demográfico, analisa a qualidade de vida e os níveis de bem-estar das pessoas, famílias e grupos populacionais, a efetivação de direitos humanos e sociais; abarca também uma série de informações essenciais para o mapeamento das desigualdades.

Em Palmas, a proporção de jovens que não trabalhavam e nem estudavam, no ano de referência do estudo, chegou a quase 18%. Isso representou aproximadamente 15 mil pessoas com idade entre 15 e 29 anos. Comparado a 2017, ocorreu um aumento de cerca de três pontos percentuais, ou seja, em torno de 2 mil jovens entraram nessa situação.

De acordo com o chefe da Unidade Estadual do IBGE no Tocantins, João Francisco Severo Santos, muitos desses jovens já concluíram os estudos, porém, não conseguiram a inserção no mercado de trabalho por causa da crise político-econômica que resultou no aumento do desemprego.

“Entre 2003 e 2013 houve crescimento significativo da economia do País e do rendimento das famílias, como apontam as informações da Pesquisa de Orçamento Familiares. Hoje em dia, os postos de trabalho exigem maior qualificação. Com o aumento do rendimento das famílias, muitos jovens resolveram investir exclusivamente em estudos. Ocorre que com a crise político-econômica que resultou num dramático aumento do desemprego, a partir de 2014, esses jovens que estavam exclusivamente estudando, ou que se formaram e não deram continuidade numa graduação ou pós-graduação, tiveram dificuldades também em se inserir no mercado de trabalho. Haviam muitas pessoas disputando as pouquíssimas vagas e, com isso, aqueles mais jovens e com menos experiência, ficou com mais dificuldade de preencher esses postos”, explica.

O estudo, que tem como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua realizada no 2º trimestre de 2018, também detalha o percentual de jovens que só estudavam, só estavam ocupados ou estudavam e estavam ocupados no período de referência. No Tocantins, os percentuais ficaram em 29%, 34,4% e 13,1%, respectivamente e na Capital 26,4%, 37,3% e 18,4%, respectivamente.

Recentemente, o governo federal lançou um programa com objetivo de lançar postos de trabalhos específicos para esta faixa etária, em troca da desoneração da folha de pagamento e de mais impostos. Entretanto, conforme o chefe do IBGE, existe uma grande “demanda reprimida” que só será solucionada quando a economia voltar a crescer como um todo. Numa perspectiva de longo prazo, ele avalia ser necessária “a retomada de políticas públicas, como os programas de bolsa permanência, para manter os jovens no ensino médio e ensino superior e já qualificar a força de trabalho para as demandas futuras, que serão cada vez mais exigentes”.

Desocupação

De acordo com a Síntese, em 2018, a taxa de desocupação da população tocantinense com 14 anos ou mais de idade era de 10,8%. Entre pretos ou pardos o índice era de 11,4%, contra 9,1% da população branca. Na série histórica, essa taxa ficou maior para a população branca nos anos de 2014 e 2015. Porém, a maior diferença ocorreu em 2016 (4,1 pontos percentuais).

Mulheres também apresentaram maior taxa de desocupação: 11,9%, contra 10,2% para homens. Segundo o dirigente do IBGE/TO, embora as mulheres possuam mais qualificação, também enfrentam maiores barreiras para se inserirem no mercado, porque para os empregadores algumas situações podem resultar em menos produtividade. “Como uma gestação onde elas tem legalmente o direito de se afastarem do posto de trabalho por um bom tempo”, exemplifica João Francisco.

Com proporção de 20,9%, pessoas com idade entre 14 e 29 anos registraram o maior percentual de desocupação no Tocantins. Por outro lado, apenas 6% da população com idade entre 30 a 49 anos e 6,9% das pessoas com 50 anos ou mais estavam desocupadas, no estado, no ano passado.

Educação

Em relação a educação, a SIS mostra que o percentual de pessoas de 25 anos ou mais sem instrução no Tocantins (12,9%) diminuiu desde 2016. No entanto, é o segundo maior entre os estados da região Norte, o 8º no ranking nacional e está bem acima da média Brasil (6,9%).

Na outra ponta, o percentual da população nessa faixa etária com nível superior completo também aumentou nos últimos três anos; passando de 12,2% em 2016, para 15% em 2018. Este é o terceiro melhor resultado da região Norte e o 14%, do Brasil, sendo que a média nacional ficou com taxa de 16,5%.

Tocantins também apresentou resultado positivo no percentual de pessoas de 15 a 17 anos de idade que não frequentavam a escola. Nacionalmente, o índice variou de 7,8% em Santa Catarina a 17,4% no Acre. Com taxa de 7,9%, o estado ficou com o segundo menor percentual.