A deputada federal pelo Tocantins, e presidente do Democratas no estado, Dorinha Seabra Rezende, recebeu a imprensa e aliados políticos nesta sexta-feira, 6, em um evento com foco na inclusão das mulheres na política – o seminário Mulher Democratas. A parlamentar, que também é presidente do Democratas Mulher e da bancada feminina na Câmara dos Deputados, falou sobre a participação feminina na política e as expectativas do DEM para as eleições municipais do ano que vem.
Ao lado da senadora Kátia Abreu (PDT) e da prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), Dorinha disse que o seminário é uma estratégia de capacitação permanente para angariar filiações e candidaturas de mulheres. “Queremos quebrar esse paradigma de que mulher não gosta de política, ou não quer se envolver”, disse.
Apesar do foco nas mulheres, a sala onde Dorinha concedeu entrevista estava tomada por homens. Prefeitos de municípios do interior do estado, filiados ou aliados ao DEM, eram maioria no ambiente. Entre todos eles, apenas Joaquim Maia (PV), prefeito de Porto Nacional, posava ao lado da tríade feminina durante a coletiva de imprensa, ainda assim, sem manifestar nenhuma opinião.
Eleições 2020
Para as eleições municipais do ano que vem, o DEM de Dorinha está de olho em pelo menos 50 municípios do Tocantins. Sem revelar nomes, a deputada disse que o partido já solicitou a previsão de candidaturas para o ano que vem. “Alguns prefeitos que já estão no mandato, alguns que concluíram o mandato, mas que vão lançar candidatura. O Democratas tem expectativa de mais de 50 candidaturas no estado do Tocantins”, disse a deputada.
Em 2020 não serão mais permitidas coligações na disputa proporcional – votação para vereadores – o que força os partidos a buscarem mulheres para preencherem os 30% de vagas a elas destinadas. Neste caso, o foco do DEM, segundo a presidente, serão as mulheres ligadas às ações sociais. “Tem muitas que atuam nas escolas, saúde, movimento de moradia e que são nomes que têm consistência para ocupar as Câmaras Legislativas”, disse.
Cinthia Ribeiro
Questionada se a candidatura do DEM à prefeitura de Palmas poderia ser a pré-candidata à reeleição Cinthia Ribeiro, em uma eventual troca de partido, Dorinha descontraiu, “falta de convidar não foi não”.
Parceiras de primeira hora, Dorinha e Cinthia aproximaram-se nos últimos meses. Com apoio da deputada, a prefeita cumpriu agenda em gabinetes de ministros em Brasília. Em troca, indicações de Dorinha foram nomeadas em cargos importantes da prefeitura de Palmas.
Carlesse
A aproximação de Cinthia e Dorinha chegou a causar um desconforto interno no DEM, uma vez que o vice-presidente do partido, deputado federal Carlos Gaguim, e o governador Mauro Carlesse, não são simpáticos à gestão de Cinthia, com predileção por outros nomes à sucessão da prefeitura da capital.
O atrito pode ser o motivo da ausência de ambos no evento desta sexta-feira, 6. Dorinha comentou a ausência de Carlesse, mas evitou polemizar. “Ele está sendo homenageado dentro do salão, é parceiro nosso [...] ele justificou outros compromissos, é um evento das mulheres. Mesmo nos outros estados, é usual, nem todas as autoridades políticas têm acompanhado”, justificou.
Kátia Abreu
Já a senadora Kátia Abreu chegou ao compromisso com atraso. Posicionou-se entre Cinthia e Dorinha, claramente desconfortável. A mão esquerda segurava o cotovelo direito, enquanto a outra mão agitada balançava uma pequena bolsa de um lado para o outro ansiosamente.
Apatia de Kátia Abreu era visívelTaciturna, como não é de seu feitio, a senadora limitou-se a balançar a cabeça, concordar com uma e com outra ao seu lado. Para que Kátia desse alguma declaração foi necessário que Dorinha citasse o nome da senadora algumas vezes, praticamente obrigando-a a posicionar-se em dado momento.
“Tem países do mundo que não garantem candidatura, mas sim vagas, e não são de 30%, mas de 50% [...] na hora da formatação das leis, não significa que as mulheres vão pra lá defender mulheres, elas vão defender pessoas”, limitou-se a dizer.
A saída de Kátia do PDT é dada como certa, mas o DEM não é uma possibilidade. As conversas de Kátia estariam adiantadas com o Progressistas.