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Campo

O agronegócio é um dos setores mais importantes no âmbito econômico para o estado de Tocantins. Com uma produção que cresce mais de 2% desde 2017, a região entrou para a lista de maiores produtores de soja e milho do Brasil. Entretanto, uma preocupação que vem sendo discutida atualmente é o cultivo sustentável e focado na preservação do meio ambiente. Algumas iniciativas, como a da comunidade quilombola de Barra da Aroeira, chamam a atenção para o assunto.

Segundo alguns dados divulgados pelo portal G1 em 2018, existe uma grande expectativa quanto ao crescimento do agronegócio em Tocantins. A região produziu 4,6 milhões de toneladas de grãos no ano mencionado e até 2028 espera ultrapassar os 6 milhões, ou seja, trata-se de um crescimento de 36% e um investimento cada vez mais forte, tornando a área disponível para um cultivo ainda maior. Hoje, são 1,3 milhões de hectares disponíveis para o plantio, número que deve aumentar futuramente.

Os dois grãos que mais se destacam em relação a esses números são, como já mencionado, o milho e a soja. Desde 2017, quando a Conab ampliou a venda de milho para pequenos criadores, o estado teve um crescimento ainda maior na produção. Foram mais de 400 toneladas comercializadas dos estoques públicos, quase sempre pelo Programa de Vendas em Balcão. A soja não fica atrás, já que a produção ultrapassou 4 milhões de toneladas recentemente.

A produção em alta coloca Tocantins como destaque no Brasil, sendo um dos estados que mais deve produzir grãos em 2020. O portal Aegro mostra que as expectativas para este ano em relação ao setor no país são todas positivas e que o faturamento no agronegócio deve aumentar 9,8% em comparação com o ano passado. O Centro-Oeste aparece como uma das regiões mais importantes nesse sentido, com as produções por aqui ultrapassando 5 mil toneladas.

Sustentabilidade

Apesar de todos esses bons números, existe uma preocupação também com a forma por meio da qual o agronegócio trabalha no país. A busca por produções mais sustentáveis e que afetem menos o meio ambiente é o objetivo que algumas ONGs e empresas querem atingir. Em junho do ano passado, por exemplo, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins) fez campanhas na 14ª Feira da Soja sobre o cultivo sustentável e também sobre o Plano da Agricultura de Baixa Emissão de Carbono.

Uma iniciativa que tem chamado bastante a atenção é a da comunidade de mulheres quilombola de Barra da Aroeira. O portal da ONU Brasil conta que o grupo foi criado em 1930 e reúne cerca de 97 famílias que produzem diferentes produtos seguindo os princípios da agroecologia. Arroz, feijão, mandioca e até mesmo criação de porcos e galinhas entram na lista. O grupo é uma demonstração da força e da importância das mulheres agricultoras no Tocantins e também no Brasil.

A agroecologia é, na verdade, uma ciência que estuda a produção de alimentos levando em conta diversos componentes sustentáveis na agricultura. O Centro de Nutrição Funcional explica melhor a origem dessa área, além de comentar a respeito de técnicas utilizadas para colocar em prática. O uso da Sequência de Fibonacci, por exemplo, é um dos métodos usados para uma produção mais sustentável. Essa fórmula matemática foi criada no século 13 e é uma sequência numérica em que o número seguinte é sempre a soma dos dois anteriores.

Pode parecer estranho, mas a reunião de áreas como matemática e agricultura é uma combinação que dá certo. A Sequência de Fibonacci é utilizada na produção de grãos e alimentos – ajudando a produzir uma quantidade ideal, sem qualquer prejuízo ao meio ambiente – e também em ideias como a espiral de ervas, uma forma de plantio que traz diferentes benefícios em termos sustentáveis, como demonstra a matéria do portal Jardim do Mundo. A fórmula de Fibonacci é tão eficaz que também acabou se difundindo em outras áreas, sendo utilizada de forma bastante diversa. O Viva Decora mostra alguns exemplos do uso dessa proporção na arquitetura, caso do Templo de Parthenon. Já a plataforma da Betway roleta online menciona o Sistema Fibonacci, baseado na sequência, como uma das técnicas mais populares de apostas quando se trata de jogos de roleta. A influência dessa proporção chegou também ao universo das artes, segundo mostra o artigo do site Hiper Cultura, em que é possível ver a aplicação da sequência em obras feitas por grandes artistas, como Leonardo da Vinci.

Iniciativas em prol do meio ambiente

Algumas das grandes empresas do agronegócio estão começando a se adaptar a uma agricultura mais consciente. Desde o final de 2019, o estado de Tocantins tem buscado realizar algumas ações que incentivem a preservação do meio ambiente. Por exemplo, este ano será a primeira vez que o Dia Estadual da Mobilização contra o Aquecimento Global vai acontecer, no dia 16 de setembro. Ele foi sancionado no ano passado, após debate sobre preservação ambiental. 

(Divulgação/Governo do Tocantins)

Um exemplo de empresa na iniciativa privada é a Bunge, que opera no setor de soja e costuma trabalhar com alguns produtores do Tocantins. Desde 2013, a empresa tem buscado realizar diferentes ações pensando na sustentabilidade e está investindo em produtores rurais menores. Outras empresas, como a Camil e a BASF, seguem planos parecidos.

O agronegócio é importante para o estado do Tocantins tanto no viés econômico quanto no social. A expectativa para 2020 é de crescimento, ou seja, é preciso ter mais atenção com o trabalho sustentável. Iniciativas como a das mulheres quilombolas precisam ser divulgadas para que, assim, a agricultura mostre que pode também ser parceira do meio ambiente, garantindo um futuro mais limpo para o país.