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Campo

Foto: Delfino Miranda A produtora Creuza Felix Moreira, moradora na zona rural de Palmas, é exemplo da ocupação feminina no campo A produtora Creuza Felix Moreira, moradora na zona rural de Palmas, é exemplo da ocupação feminina no campo

O Governo do Estado, por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins) tem dado significativa contribuição para o crescimento das mulheres rurais, inserindo-as no processo produtivo para que se tornem cada vez mais protagonistas da sua própria história. Uma dessas contribuições foi a realização do Mutirão do Agrocrédito, na região sudeste do estado, que beneficiou 15 produtoras com projetos de crédito rural, alcançando recursos no valor de R$ 525 mil para investimentos nas atividades agrícolas, por elas almejadas.

A produtora Creuza Felix Moreira, moradora na zona rural de Palmas, é outro exemplo da ocupação feminina no campo. Em sua pequena propriedade está a frente de todo plantio e cultivo dos canteiros de hortaliças e legumes, implantados em uma área de um hectare. A produção é vendida no comercio local, como também aos programas de Aquisição de Alimentos e Alimentação Escolar.

 “Há 20 anos sou produtora rural e tenho orgulho do meu trabalho e da minha luta. Pois é dessa lida do dia a dia, acordando cedinho, que nós [meu esposo e eu] tiramos nosso pão e conseguimos formar quatro filhos, além de ser fonte de renda para outras pessoas, pois aqui geramos emprego. Incentivada pelo Ruraltins, tenho aumentado a produção,  com a venda garantida no Compra Direta e nas escolas. Tudo isso é motivo de satisfação, e como já disse, de muito orgulho”, destaca a produtora.

Para a extensionista Zilda Ferreira, responsável pela inserção da produtora nos programas de politicas públicas do Tocantins, apesar do campo ser um setor com predominância masculina, as mulheres vêm conquistando espaço em diversas áreas.

“Percebo que as mulheres rurais têm procurado se informar mais, e estão atentas às novas tecnologias relacionadas à sua ocupação. Isso é muito importante, denotando força, coragem e, sobretudo, fazendo a diferença no seio familiar, no mercado e na comunidade onde moram, servindo de inspiração para outras mulheres, a exemplo do que acontece com dona Creuza”, frisa.

No Ruraltins são 257 servidoras em diferentes atividades, representando 40,15% dos cargos ocupados. O presidente do órgão, Thiago Dourado, observa que o setor do agronegócio vem ganhando força com a participação das mulheres tanto na área produtiva quanto na assistência técnica e extensão rural.

“A mulher no campo pode ser quem ela quiser. Atuando em diferentes etapas e construindo sua própria história. O Ruraltins caminha para fortalecer o protagonismo feminino rural”, frisou. 

Conselho dos Direitos das Mulheres

No intuito de contribuir com o desenvolvimento regional e fortalecer iniciativas de grupos informais de mulheres agricultoras, o escritório regional do Ruraltins de Miracema, e instituições parceiras, Universidade Federal do Tocantins (UFT), Defensoria Pública e associações, incentivam a construção coletiva de projetos de formulação, monitoramento e coordenação de políticas públicas, com a finalidade de criar programas que defendam os direitos das mulheres agricultoras e produtoras rurais.

A economista Doméstica, Carina Géssika Irineu do Monte, que atua no escritório, afirma que a articulação para elaboração e implementação de um Conselho dos Direitos das Mulheres no respectivo município, ocorre desde 2018 e tem agregado novas instituições e ações a cada ano, contudo para que o Conselho seja efetivado e funcione de fato, é necessário refletir sobre igualdade, democracia e direitos. “A ação pretende evidenciar a importância e participação das mulheres, fortalecer as iniciativas de grupo informais e formais de mulheres, buscar editais para captação de recursos, visando trabalhar numa perspectiva econômica, política, ambiental e social”, enfatizou.

Presença feminina no campo

O censo da Agropecuária divulgado no ano passado mostrou que a presença feminina no campo aumentou em todo o país. Em 2006, as mulheres representavam pouco mais de 12% dos produtores rurais.

Em 2017 passaram a ser 18% do total. Em 1,06 milhão de propriedade a administração é dividida entre o casal.

Outro dado aponta que a maioria das mulheres que tocam as propriedades sozinhas ou em parcerias tem idade entre 25 e 45 anos.